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Diego Costa

De "tiki-taka" a Diego Costa: os 7 erros da Espanha na Copa

19 jun 2014 - 10h48
(atualizado às 11h01)
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<p>Espanha fracassou na Copa do Mundo com problemas que impediram o sucesso dos anos anteriores</p>
Espanha fracassou na Copa do Mundo com problemas que impediram o sucesso dos anos anteriores
Foto: Dylan Martinez / Reuters

Uma das grandes favoritas a vencer a Copa de 2014, a Espanha entrou no infame rol de campeões eliminados logo na primeira fase do Mundial seguinte – juntou-se a Itália (1950 e 2010), Brasil (1966) e França (2002). Mas quais os motivos que levaram a geração mais vitoriosa da história do futebol de seleções a naufragar de forma tão impotente em gramados brasileiros? Veja a seguir os sete erros que definiram o fim do reinado espanhol.

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1. Declínio físico de veteranos

A Espanha conquistou a inédita trinca de títulos formada por Euro 2008, Copa 2010 e Euro 2012 jogando um estilo próprio, de posse de bola, movimentação constante e toques envolventes – o chamado "tiki-taka". O time dominava as partidas praticamente do início ao fim, correndo pouquíssimos riscos e cansando o adversário.

Esse domínio não aconteceu no Brasil, muito por causa da decadência física de peças-chave do esquema como Xabi Alonso e Xavi – este último, símbolo da forma de jogar do time, não consegue mais participar tanto e controlar os jogos como antes, fato que já se notou nas duas últimas temporadas do Barcelona. E isso resulta em outro problema...

<p>Casillas fez uma Copa do Mundo deplorável, com falhas feias nas derrotas para Holanda e Chile</p>
Casillas fez uma Copa do Mundo deplorável, com falhas feias nas derrotas para Holanda e Chile
Foto: Getty Images

2. Defesa desprotegida

O estilo também tinha um elemento muito menos comentado: a marcação pressão, que tirava o espaço e o tempo para pensar do adversário quando o time não tinha a bola. O declínio de meio-campistas importantes pesou muito na hora de defender. Holanda e Chile não foram pressionados como se via durante o auge da seleção espanhola.

O resultado foi que, com uma linha defensiva bastante adiantada, os zagueiros ficaram expostos a bolas nas costas. A Espanha simplesmente não conseguiu competir fisicamente com a velocidade e a potência de holandeses e chilenos, que não foram incomodados pela frágil marcação no meio-campo.

3. Fidelidade a jogadores em má fase

O problema físico foi relevante para a queda espanhola, mas a má fase técnica de vários jogadores não pode ser ignorada. O principal foi o goleiro e capitão Iker Casillas, reserva no Real Madrid durante o Campeonato Espanhol e que já havia falhado na final da Liga dos Campeões. O camisa 1 fez uma Copa para se esquecer, cometendo falhas inaceitáveis nas derrotas para Holanda e Chile.

Outro que vem jogando mal há tempos é o zagueiro Piqué, que foi até sacado do time na segunda partida. Por fim, quando Del Bosque precisava de uma opção para mudar o jogo, recorreu duas vezes a Fernando Torres, cuja última sequência consistente de bom futebol aconteceu em 2009.

<p>Diego Costa não se adaptou ao time, pareceu longe da melhor forma física e foi hostilizado e substituído nos dois jogos</p>
Diego Costa não se adaptou ao time, pareceu longe da melhor forma física e foi hostilizado e substituído nos dois jogos
Foto: AFP
4. Aposta "às cegas" em Diego Costa

Diego fez uma temporada espetacular pelo Atlético de Madrid, mas a aposta da Espanha no brasileiro naturalizado para resolver seus problemas no ataque nunca fez total sentido. O centroavante brilhou em um time que joga baseado no contra-ataque, com lançamentos longos e um jogo de muito contato físico – totalmente o oposto da seleção.

Como era de se esperar, com pouco tempo para se adaptar, Diego não conseguiu render nem sombra do que fez com a camisa do Atlético, parecendo fora de sintonia com os meio-campistas que buscavam toques curtos e tabelas. Para piorar, chegou longe da melhor condição física e foi vaiado e hostilizado nas duas partidas pela torcida brasileira. Em ambas, foi substituído no segundo tempo, não tendo conseguido deixar sua marca no Mundial.

5. Falta de "fome de vencer"

A dedicação e a concentração da seleção da Espanha já causava preocupações na imprensa do país mesmo antes da Copa, fortalecidas pela exibição apática do time na final da Copa das Confederações de 2013, quando levou 3 a 0 do Brasil. Como ter a mesma motivação de antes, quando você já conquistou tudo que era possível ser conquistado? A resposta foi descoberta da pior maneira possível.

A Espanha não se focou no Mundial com a mesma intensidade que nas competições anteriores. Até Xabi Alonso admitiu após a eliminação para o Chile que faltou "vontade e fome de vencer", fatores que haviam caracterizado esse grupo de jogadores em épocas anteriores. Mesmo inconscientemente, os espanhóis entraram em campo com um nível de relaxamento que competições do nível de uma Copa do Mundo não costumam perdoar.

<p>Vicente del Bosque foi fiel a jogadores em má fase e ficou com poucas opções para mudar o estilo do time com substituições</p>
Vicente del Bosque foi fiel a jogadores em má fase e ficou com poucas opções para mudar o estilo do time com substituições
Foto: Ricardo Moraes / Reuters
6. Muito nervosismo e nenhum poder de reação

Os problemas na mentalidade da Espanha não se resumiram apenas à falta de foco. O time também se mostrou incapaz de reagir a condições adversas, desde a constante pressão da torcida – que foi totalmente contrária aos atuais campeões mundiais em Salvador e no Rio de Janeiro – até os gols adversários, que pareciam drenar completamente a energia e o otimismo dos jogadores.

Foi nítido como a Espanha baixou a cabeça quando Holanda e Chile balançaram as redes de Casillas pela primeira vez. Parecia que não havia a menor chance de uma virada, que ali não estava uma das seleções mais vitoriosas da história. Para completar, sob o ambiente altamente hostil do Maracanã, muitos jogadores sentiram a pressão: houve furadas, finalizações de canela e até tropeções na bola durante a eliminação para os chilenos.

7. Incapacidade de mudar estilo

O aviso já havia sido dado nas últimas duas temporadas do futebol europeu. O Barcelona, símbolo do estilo espanhol entre os clubes, foi atropelado pelo veloz e agressivo Bayern de Munique no ano passado; já em 2014, foi a vez do Bayern, desta vez com uma nova identidade sob o comando de Pep Guardiola, ser destroçado pela potência do Real Madrid. O antídoto para o "tiki-taka" já havia sido descoberto, e a Espanha não tinha um plano B.

Em desvantagem no placar contra Holanda e Chile, foi impressionante a ineficácia da seleção em mudar seu estilo, atacar com mais urgência, arriscar mais na hora de definir a jogada. O que se viu foi muito toque de bola, mas pouquíssimas finalizações para um time que precisava de gols. Contra o Chile, o Maracanã ia ao delírio cada vez que a Espanha trabalhava a bola até a entrada da área e preferia um passe a mais ao invés do chute. Com vários jogadores do mesmo estilo no banco de reservas, Del Bosque não conseguiu injetar a agressividade de que o time precisava.

Fonte: Terra
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