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Fred

Fred se despede do futebol com vitória do Fluminense em Maracanã lotado

Ídolo da torcida tricolor dá adeus aos gramados sob os olhares de 63 mil torcedores, que renderam diversas homenagens ao agora ex-jogador

9 jul 2022 - 21h31
(atualizado às 21h31)
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Na despedida do atacante Fred, que resolveu pendurar as chuteiras aos 38 anos por causa de um problema na visão, o Fluminense encostou no líder Palmeiras ao derrotar o Ceará por 2 a 1, na noite deste sábado, pela 16ª rodada do Campeonato Brasileiro, no Maracanã, que contou com a presença de mais de 63 mil torcedores. Destaque também para outro veterano, o goleiro Fábio. Ele fez defesas milagrosas e foi um dos heróis da festa.

O resultado fez o Fluminense chegar aos 27 pontos, diminuir para dois a diferença para o líder Palmeiras, que entra em campo neste domingo, contra o Fortaleza. O time carioca venceu o quarto jogo consecutivo no torneio. O Ceará, por outro lado, ficou com 18, flertando com a zona de rebaixamento.

Fred se despede do Fluminense com 376 jogos disputados e 199 gols, o último na vitória diante do Corinthians por 4 a 0. Pelo time time tricolor, conquistou duas vezes o Campeonato Brasileiro (2010 e 2012), a Primeira Liga (2016), dois Cariocas (2012 e 2022) e ainda foi essencial no "Time de Guerreiros", responsável por impedir um rebaixamento que era dado como certo em 2009.

Além do Fluminense, Fred, revelado pelo América-MG, é ídolo de Cruzeiro e Lyon, da França. Jogou também pelo Atlético-MG, sendo campeão por onde passou. Pela seleção brasileira, disputou duas Copas do Mundo (2006 e 2014) e conquistou uma Copa América (2007), uma Copa das Confederações (2013) e dois Superclássicos das Américas (2011 e 2012).

Antes mesmo de a bola rolar, o Maracanã estava em festa com a despedida de Fred. O rosto do artilheiro estava por todo estádio, como máscaras ou carregado pelos torcedores, que chegaram horas antes para aproveitar cada minuto do adeus do ídolo. Teve até um torcedor vestido de Fred Flintstone.

Fred chegou a pedir para que o Ceará abrisse mão da sua carga de ingresso para colocar ainda mais torcedores tricolores no estádio, mas não teve o pedido atendido pela diretoria do time cearense, que entendeu que sua torcida tinha direito de ir ao jogo.

Quando o ônibus do Fluminense chegou, Fred foi ovacionado pelos torcedores, que tentaram tirar uma casquinha do atacante. Ele eternizará os pés na calçada da fama do Maracanã, com direito a show e muitas outras homenagens. O clube chegou a divulgar um roteiro de cerimônia de despedida do atleta.

Assim que o nome de Fred apareceu no telão do Maracanã, a torcida foi à loucura. O clima era sensacional no estádio, e Fred foi cumprimentando vários torcedores no túnel de entrada para o campo. O atacante estava claramente emocionado com a festa. E teve até um lindo mosaico em sua homenagem. Ao final da partida, deu entrevista e disse que não iria chorar, mas os olhos estavam vermelhos e a voz, embargada.

O JOGO

A bola rolou, mas as câmeras estavam em Fred. O atacante foi visto gesticulando, aplaudindo ou até mesmo lamentando cada gol perdido do Fluminense. Ele foi à loucura aos 38 minutos, quando Caio Paulista recebeu pela direita e cruzou na medida para Cano cabecear no fundo da rede.

Apesar de largar na frente e ter todo apoio de sua torcida, o Fluminense também sofreu para ir ao intervalo com vantagem no placar. O Ceará foi para cima e criou boas oportunidades, mas, além de Fred, o goleiro Fábio estava em uma noite iluminada. Ele fez grandes defesas durante todo o jogo.

No segundo tempo, Fred estava mais contido, mas comemorou muito o segundo gol do Fluminense. Aos oito minutos, Samuel Xavier deu passe açucarado para Cano, que deu bela assistência para Matheus Martins ampliar. A impaciência da torcida ficou evidente aos 30 minutos, quando começou a berrar: "O Fred vai te pegar". Diniz atendeu e colocou o atacante, que foi reverenciado por Cano antes de entrar em campo. Eles trocaram um longo abraço durante a substituição.

Com Fred em campo, a regra era tocar no artilheiro. Qualquer jogador que chegava perto da área do Ceará, buscava o atacante. O atacante não marcou e ainda viu o Ceará diminuir com Luiz Otávio, mas nada que estragasse a bonita festa para o artilheiro no Maracanã.

Após o apito final, ele foi abraçado por cada jogador, seja do Fluminense ou até mesmo do Ceará, com direito a fogos no Maracanã. Com os olhos em lágrimas, fez a última partida como profissional e partiu para a volta olímpica. Após a partida, o atacante não segurou a emoção ao se despedir do futebol e agradeceu o carinho dos tricolores.

"Eu prometi que não ia chorar. No outro sábado eu já chorei demais. Eu consegui expressar um pouco dessa gratidão que esse clube fez por mim, a torcida fez por mim. Tenho certeza que é o clube mais humano que conheci na minha vida. Por isso, nossos laços se estreitaram tanto", disse.

Sem Fred, o Fluminense volta a campo pelo Campeonato Brasileiro no domingo, às 16h, contra o São Paulo, no Morumbi, em São Paulo. Antes, porém, buscará a classificação na Copa do Brasil, diante do Cruzeiro, na terça-feira, no Mineirão. O Ceará terá um jogo duro, na quarta-feira, contra o Fortaleza, pela Copa do Brasil. E enfrentará o Corinthians, pelo Brasileirão, no sábado, às 21h, na Arena Castelão, em Fortaleza (CE).

FICHA TÉCNICA

FLUMINENSE 2 X 1 CEARÁ

FLUMINENSE - Fábio; Samuel Xavier, Nino, Manoel e Caio Paulista; André, Nonato (Felipe Melo) e Ganso (Martinelli); Matheus Martins (Willian), Cano (Fred) e Arias (Luccas Claro). Técnico: Fernando Diniz.

CEARÁ - João Ricardo; Michel, Luiz Otávio, Messias e Bruno Pacheco (Victor Luis); Richard Coelho, Rodrigo Lindoso (Fernando Sobral) e Lima (Zé Roberto); Mendoza (Dentinho), Vina e Iury Castilho (Cléber). Técnico: Marquinhos Santos.

GOLS - Cano, aos 38 minutos do primeiro tempo. Matheus Martins, aos oito, e Luiz Otávio, aos 47 minutos do segundo tempo.

ÁRBITRO - Luiz Flávio de Oliveira (SP)

CARTÕES AMARELOS - Felipe Melo e Matheus Martins (Fluminense); Iury Castilho, Messias e Richard Coelho.

RENDA - R$ 2.201.275,00

PÚBLICO - 63.707 torcedores

LOCAL - Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)

Estadão
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