Criança, Messi jogava por chocolate e marcou 8 gols em 15min

Ambos nasceram em 1987, são atacantes e deram seus primeiros chutes em Rosário, na Argentina. Darío Rocha completará seus 27 anos em agosto, mas Lionel Messi sopra as velinhas exatamente nesta terça-feira. Messi está em sua terceira Copa do Mundo, já venceu quatro Bolas de Ouro, três Ligas dos Campeões e depois de tantas que passou, já não se recorda mais do antigo rival. Mas a verdade é que Darío não se esquece de nada. 

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Hoje um estudante de cinema na porta da concentração argentina na Cidade do Galo, ele já rivalizou com Messi nos gramados. Durante a infância de ambos, os duelos entre o Newell's Old Boys-ARG, de Lionel, e o Renato Cesarini-ARG, de Darío, movimentavam Rosário. "Toda a cidade ia ver. Os campinhos ficavam cheios", conta Rocha ao Terra.

Entre os frequentadores daqueles jogos da década de 90, o pai de Darío Rocha. "Nem sempre ele ia até as partidas. Mas se Messi fosse jogar, certamente ele aparecia para assistir", diverte-se Darío na porta do espaço onde Lionel treina para tentar vencer sua primeira Copa. Em Rosário até hoje, ele e o pai costumam se recordar de histórias daqueles tempos. Há um jogo que não sai da memória.  

"Meu pai se lembra do dia em que Lio (Messi) fez oito gols em um tempo. Um tempo de 15 minutos. Ele corria, roubava a bola e já fazia o gol. Perdemos por 9 a 0, Messi fez oito gols", conta com os olhos cheios de alegria. Sem dúvida, o sentimento de quem presenciou o nascimento de um dos maiores da história.  "Todos sabiam que ele era muito bom. Que jogaria na primeira divisão. Mas o melhor do mundo? Não imaginávamos", lembra Darío. 

Quando Messi já jogava seu primeiro Mundial, Rocha desistia do futebol aos 18 anos. Clube formador, o Renato Cesarini-ARG foi a camisa de Darío durante toda sua aventura para tentar ser jogador. Hoje uma espécie de talismã da seleção argentina e também em viagem a Belo Horizonte, o time conta com o apoio de Darío. Ele auxilia em tudo, mas o prazer é quando se senta e recorda daqueles momentos.

"Nós nunca ganhamos do time do Messi. Nunca. Houve uma vez em que empatamos e foi a maior festa", conta Darío, então atacante do Cesarini. Naqueles tempos, parar Lionel já era tarefa difícil, principalmente quando Jorge Messi estava à beira do gramado. "Às vezes ele não queria mais jogar, mas o pai dava um chocolate e então ele continuava, jogava mais". 

De férias por Rosário-ARG há alguns anos, Darío Rocha se encontrou circunstancialmente com Lionel Messi. Para sua tristeza, o antigo rival de gramado não pareceu se recordar daquelas partidas. "Lá ele é uma pessoa comum. Todos podem falar. Messi é muito tranquilo. Eu desejei saúde, normal, boa sorte, mas acho que ele não se lembrou".  

E como era o jogador Messi até os 13 anos, quando se mudou para Barcelona e começou uma nova história longe de Rosário? "Ele era pequeno, muito pequeno. Rápido demais que ninguém alcançava. Mas naquela época isso não fazia diferença contra ele", define Rocha.

Na realidade, não faz diferença até os dias de hoje.