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Neymar

Anvisa intervém e jogo entre Brasil e Argentina é paralisado

Órgão aponta descumprimento de regras de quarentena por quatro jogadores da seleção argentina

5 set 2021 - 16h37
(atualizado às 16h58)
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O clássico entre Brasil e Argentina, válido pela nona rodada das Eliminatórias, ficou marcado por um episódio incomum que gerou confusão e paralisou a partida. Aos cinco minutos do primeiros tempo, agentes da Anvisa e da Polícia Federal entraram em campo para parar o jogo em razão da presença de quatro atletas argentinos (três deles titulares) que não cumpriram as regras sanitárias em território brasileiro e, por isso, não poderiam jogar.

Jogo do Brasil e Argentina paralisado devido atuações irregulares de jogadores argentinos
Jogo do Brasil e Argentina paralisado devido atuações irregulares de jogadores argentinos
Foto: MARCELLO ZAMBRANA/AGIF / Estadão Conteúdo

A operação da Polícia Federal e da Anvisa seria realizada no vestiário, mas a delegação argentina se trancou e afirmou que iria embora caso alguém entrasse no local. O jogo começou e, aos cinco minutos, a partida foi paralisada na Neo Química Arena, em São Paulo. Naquele momento, agentes da Anvisa e da Polícia Federal conversaram com o delegado da partida para paralisar o duelo.

Depois disso teve um início uma confusão na beira do gramado. Até Messi e Neymar tentaram intervir, mas o clássico foi paralisado. Todos os jogadores da Argentina desceram ao vestiário, assim como os reservas do Brasil. Os titulares brasileiros permaneceram no gramado.

Estadão apurou que a Polícia Federal acompanhou a Anvisa até o hotel onde estava a seleção argentina, em São Paulo A delegação já havia deixado o local. Os policiais federais e a agência foram, então, para o estádio do Corinthians. No local, os jogadores foram notificados por infração sanitária, como está previsto em lei. A questão está sendo acompanhada pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério da Justiça.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) havia emitido uma nota oficial antes da partida para alertar que quatro jogadores da seleção argentina havia descumprido regras sanitárias para entrar no Brasil. De acordo com o comunicado, Emiliano Martinez, Emiliano Buendia, Giovani Lo Celso e Cristian Romero deveriam ter sido colocados em quarentena e mandados de volta ao país de origem, pois mentiram na hora de desembarcar em território brasileiro. Três deles foram escalados entre os titulares pelo técnico Lionel Scaloni e Buendia ficou entre os suplentes.

A Argentina enfrentou a Venezuela na última quarta-feira, na casa dos adversários, e desembarcou em Guarulhos na sexta-feira, para enfrentar o Brasil neste domingo, na Neo Química Arena. No aeroporto, os jogadores foram questionados se tiveram passagem por Reino Unido, África do Sul, Irlanda do Norte e Índia nos últimos 14 dias. Desde junho, passageiros que visitaram esses países no período de duas semanas são impedidos de entrar no Brasil, como precaução contra a disseminação da variante delta do coronavírus.

A resposta dos atletas foi negativa, mas os quatro atuaram em partidas do Campeonato Inglês entre os dias 28 e 29 de agosto. Martinez e Buendía jogam pelo Aston Villa, enquanto Lo Celso e Romero integram o elenco do Tottenham. Por isso, a entrada deles no País foi considerada ilegal, e a Anvisa notificou a Polícia Federal orientando medidas que impeçam a circulação dos argentinos.

Antonio Barra Torres, diretor-presidente da Anvisa, deu entrevista e foi taxativo ao comentar o episódio. "São quatro jogadores. Eles, ao chegarem em território nacional, apresentam a declaração de saúde do viajante. Neste documento não falava que eles passaram por um dos três países que estão restritos, justamente para a contenção da pandemia. Mas depois foi constatado que eles passaram pelo Reino Unido", disse.

"Chegamos nesse ponto porque tudo aquilo que a Anvisa orientou, desde o primeiro momento, não foi cumprido. Eles tiveram orientação para permanecer isolados para aguardar a deportação. Mas não foi cumprido. Eles se deslocam até o estádio, entram em campo, há uma sequência de descumprimentos", completou Barra Torres.

Estadão
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