Craques sul-americanos iniciam busca por uma vaga na Copa do Mundo de 2022
Eliminatórias começam nesta quinta-feira e tem o mesmo formato dos anos anteriores: dez seleções, com quatro vagas diretas e uma na repescagem
A busca por uma vaga na Copa do Mundo do Catar em 2022 tem início nesta quarta-feira para as dez seleções da América do Sul. Nesta noite, as Eliminatórias do continente começam com três jogos. O Brasil estreia na sexta, contra a Bolívia. Assim como nos últimos anos, as quatro melhores seleções garantem vaga no Mundial. A quinta entra na repescagem pelo tão sonhado lugar no principal torneio de futebol do planeta.
As Eliminatórias Sul-Americanas começariam em março, mas o início foi adiado por causa da pandemia do coronavírus. De lá para cá, muita coisa mudou no futebol. Com exceção de Neymar e Messi, os principais craques do continente estão em novos clubes na Europa. O argentino, aliás, chegou a pedir para deixar o Barcelona e acabou não conseguindo a rescisão unilateral do contrato.
Neymar chega embalado após boa temporada pelo Paris Saint-Germain. Apesar do vice na Liga dos Campeões da Europa, o atacante se fortaleceu ao longo de 2020: deixou para trás as polêmicas e lesões, carregou a equipe para a final contra o Bayern de Munique e conquistou os três títulos nacionais.
Pela seleção brasileira, Neymar volta a disputar partidas oficiais depois de ter perdido a Copa América do ano passado por causa de lesão no tornozelo. Ele tem a chance de conduzir a equipe de Tite rumo à Copa do Mundo e apagar a imagem deixada nos Mundiais anteriores com a camisa amarelinha. O craque se lesionou e não esteve em campo nos 7 a 1 da Alemanha em 2014 e pouco fez na eliminação para a Bélgica em 2018. O camisa 10 sabe que está devendo, mesmo já sendo, aos 28 anos, o terceiro maior artilheiro da história da seleção, com 61 gols, atrás apenas de Pelé e Ronaldo. Ele conquistou a Copa das Confederações em 2013 e a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos em 2016, no Rio de Janeiro.
Companheiro de Neymar no Barcelona até 2017, Lionel Messi também está em débito com sua seleção. O craque argentino já foi eleito o melhor jogador do mundo seis vezes, mas nunca conquistou um título oficial com a Argentina - ganhou o ouro olímpico em 2008, em Pequim. Desde então, Messi acumula decepções com a seleção principal, como os vices na Copa do Mundo de 2014 e nas Copas Américas de 2015 e 2016.
Messi é o maior artilheiro da Argentina, com 70 gols, e carrega a responsabilidade de acabar com o jejum de títulos do seu país no futebol desde 1993. Hoje, aos 33 anos, ele sabe que a Copa de 2022 pode ser sua última chance de levantar o principal troféu do futebol. O craque também tenta se reafirmar após entrar em conflito com a diretoria do Barça e pedir para deixar o clube. Para não ter de recorrer à Justiça, o camisa 10 decidiu permanecer e cumprir seu contrato até o meio de 2021.
"Leo (Messi) sempre seguirá sendo atacante. Há vezes em que está como camisa nove ou às vezes como segundo atacante. Nós queremos sempre ter três opções acima", comentou o técnico da seleção argentina, Lionel Scaloni, sobre a utilização do jogador do Barcelona na seleção.
No Uruguai, Luis Suárez é novamente a aposta da seleção para garantir uma vaga no Mundial. Principalmente nestes primeiros jogos, em que Cavani não foi convocado por ter ficado sem jogar desde março. Suárez estava no Barcelona, foi dispensado em meio à reformulação do elenco e acertou com o Atlético de Madrid. Também aos 33 anos, Suárez é ídolo dos uruguaios, sempre "representou" a camisa celeste é o artilheiro nacional, com 59 gols.
O Chile é mais um a contar com um velho conhecido: Arturo Vidal, de 33 anos. O polêmico meio-campista acumula confusões fora de campo e chegou a anunciar que se aposentaria da seleção, após não ter conseguido a vaga na Copa de 2018. Ele, porém, mudou de ideia e tenta alcançar o objetivo nesta edição das Eliminatórias. Vidal também está de clube novo em 2020: deixou o Barcelona e se transferiu para a Inter de Milão.
Na Colômbia, James Rodríguez busca voltar a ser aquele jogador decisivo que despontou na Copa de 2014. Após uma temporada ruim pelo Real Madrid, o meia de 29 anos foi vendido para o Everton e teve um ótimo início na Inglaterra, com três gols e três assistências em cinco partidas pelo novo clube.
"Com James tendo mais regularidade (no clube), isso vai ser bom para nós também. Eu o conhecia muito bem do Porto, e no Everton está na posição que costuma jogar conosco", disse Carlos Queiroz sobre o bom início de temporada do principal jogador colombiano.