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Neymar

Neymar grava vídeo para garoto de 11 anos que alegou ter sofrido injúria racial

Atacante do Paris Saint-Germain manda mensagem a Luiz Eduardo: 'Estou na torcida por você'

18 dez 2020 - 19h55
(atualizado às 19h56)
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A acusação de racismo em um torneio de futebol para crianças, que virou caso de polícia em Goiás, fez Neymar gravar um vídeo para Luiz Eduardo, garoto de 11 anos que disse ter ouvido do técnico do time adversário "fecha o preto". O craque do Paris Saint-Germain desejou força ao garoto e disse que está na torcida por ele.

"Fala, Luiz Eduardo, aqui é o Neymar. Vi que você passou uma situação completamente chata, triste. Infelizmente, a gente anda passando por esse tipo de coisa que não cabe mais hoje em dia. Quero te desejar força, muita luz, muito amor. Espero que você não desista do que você ama fazer, que é jogar futebol. Pegue isso como força, transforme isso em treino, em dedicação, em amor ao que faz, aos seus pais, à família, a todos, sem cor, sem raça nenhuma. Um beijo, fica com Deus, sucesso, estou na torcida por você. Um abraço", afirmou Neymar.

Luiz Eduardo, de 11 anos, alega ter sido alvo de racismo
Luiz Eduardo, de 11 anos, alega ter sido alvo de racismo
Foto: Reprodução/Instagram / Estadão

Nesta semana, viralizou na internet o vídeo de Luiz Eduardo Bertoldo Santiago, de 11 anos, da Uberlândia Academy. Ele afirmou ter ouvido a frase "fecha o preto aí" durante uma partida em Caldas Novas pelo Caldas Cup, torneio infantil de escolinhas de futebol. O vídeo gravado depois do jogo mostra o garoto chorando enquanto reclama do que ouviu dentro de campo na partida contra o Instituto S.E.T. pela categoria sub-11. "O cara falava assim: 'fecha o preto aí, ó!'. Aí eu aguardei para falar no final com os pais. Falou um tantão de vezes", disse o menino, chorando.

O perfil da rede social da Uberlândia Academy divulgou o vídeo nesta quinta-feira, acompanhado do relato de que acionou a Polícia Militar e registrou Boletim de Ocorrência. "De antemão manifestamos que iremos até as últimas instâncias em defesa de nosso aluno e contra mais um ato deplorável que mancha a imagem do futebol", escreveu o time.

Nesta sexta, o técnico acusado gravou um vídeo para se explicar. Lásaro Caiana nega as acusações. "Como vou ofender um outro irmão de cor? Isso é impensável", afirmou. Ele conta que foi surpreendido pelo envolvimento do seu nome no caso. De acordo com o treinador, após a partida ele foi questionado se sabia quem havia sido o autor da frase e nesse momento houve uma discussão.

"Quem foi injuriado racialmente foi a minha pessoa pelo presidente do clube, Adriano dos Santos, vulgo Adriano Futsal, que me ameaçou de morte e me chamou de 'preto safado'. Na delegacia foi tudo resolvido de forma pacífica. E eles postaram esse vídeo pra denegrir minha imagem e do meu clube", disse Caiana. "Ninguém tem prova de quem ofendeu, ninguém filmou nada, ninguém ouviu e sabe dizer quem foi", comentou.

Também nesta sexta foi a vez de o próprio torneio se manifestar. A página oficial da Caldas Cup comunicou que Caiana foi suspenso do campeonato até que o caso seja esclarecido pela polícia. "A organização estará sempre presente para que os fatos sejam apurados pelas autoridades competentes para que a diferença de cor seja só na camisa", diz o texto.

Estadão
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