Script = https://s1.trrsf.com/update-1734630909/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Thiago Silva

Thiago Silva, Filipe Luís e Paulinho viram alunos do curso de formação de técnicos da CBF

De olho na transição da carreira, jogadores cumprem aulas online para tirarem habilitação que permite dirigir times de base

17 dez 2020 - 09h10
(atualizado às 09h10)
Compartilhar
Exibir comentários

O zagueiro Thiago Silva, o lateral-esquerdo Filipe Luís e o meia Paulinho foram companheiros de seleção brasileira na última Copa do Mundo e agora são colegas novamente em outra jornada. Os três integram no momento a mesma turma do curso da CBF para a formação de técnicos. Ainda em atividade por seus clubes, os jogadores têm participado de aulas online para tirar a Licença B, o segundo estágio na formação de treinadores feita pela CBF Academy.

Já com mais de 30 anos de idade e longa experiência internacional, o trio tem aproveitado a oferta de ensino remoto para iniciar a transição de carreira. Esses jogadores avaliam estar na fase final da trajetória como atletas e já decidiram antecipar o preparo rumo à possível profissão de técnico. A obtenção de licenças para exercer a atividade é obrigatória no Campeonato Brasileiro. Para se concluir todos os níveis da licença da CBF, deve ser necessário para eles ainda mais dois anos de estudos para tirar os diplomas no nível A e Pro.

O trio deve terminar a atual etapa em julho e receber a Licença B. O documento habilita o treinador a dirigir times das categorias de base. "Com as aulas, as palestras, você vai acumulando conhecimento para usar lá na frente. Minha ideia é completar todas as licenças, até porque se for para eu continuar no futebol é ali que eu me vejo, como um auxiliar ou como técnico principal", disse o zagueiro Thiago Silva, do Chelsea.

Até agora os jogadores tiveram acesso a conteúdos gravados e aulas ao vivo de conteúdos teóricos voltados principalmente à gestão técnica, planejamento estratégico, psicologia do esporte, nutrição, planejamento de carreira e legislação esportiva. Depois será necessário realizar estágios nas categorias de base dos próprios clubes e passar por provas práticas na Granja Comary.

O ensino remoto tem possibilitado ao trio conciliar os compromissos profissionais de atleta com a execução das atividades. O meia Paulinho, inclusive, continua na China, onde atua pelo Guangzhou Evergrande. Filipe Luís é o único deles que joga no futebol brasileiro. O lateral é titular do Flamengo.

Os três atletas são os primeiros jogadores em atividade em times de elite a se matricularem na CBF Academy, que foi criada há quatro anos e já formou mais de 6 mil alunos. A expectativa é que a presença do trio incentive outros colegas a se matricular. "Acho que eles são os primeiros de uma longa sequência (de jogadores), porque todos estão percebendo que não basta ser só jogador para se tornar um grande treinador ou executivo. O treinador precisa de formação e profissionalização. Muitos mais vão buscar esse valor da formação", afirmou ao Estadão o diretor da CBF Academy, Marco Dalpozzo.

Para o coordenador da escola técnica dos cursos da CBF Academy, Maurício Marques, mesmo que um jogador tenha vivido muitas experiências em campo, o estudo é fundamental para a carreira de treinador se consolidar. "Eles têm conhecimento técnico e tático que aprenderam como atletas de alto nível, mas muitas coisas da ciência do esporte e da metodologia de ensino são importantes para eles dominarem", explicou.

Entre os fundamentos mais importantes, há uma ênfase na psicologia do esporte e na forma de gerir o grupo e convencer um atleta em específico a cumprir uma determinação diferente da habitual. Uma outra abordagem do curso é ensinar aos alunos como preparar ao elenco uma apresentação didática baseada na coleta de informações de análise de desempenho. Assim, os comandados podem entender como as estatísticas colhidas serão aplicadas na prática.

Na opinião do coordenador dos cursos, a presença de atletas em atividade no papel de aluno mostra um exemplo positivo do quanto pode ser importante o jogador planejar com antecedência o que vai fazer depois de se aposentar. "Acho que isso é uma influência positiva para quem está na transição, finalizando a vida esportiva como atleta e que almeja esse treinador. A transição exige conhecimento, preparação econômica, social e familiar. Mas facilita se ele já começa e entender como funciona o dia a dia e quais conhecimentos precisa dominar", afirmou.

Thiago Silva, Paulinho e Filipe Luís ainda não anunciaram se de fato serão treinadores no futuro. O foco no momento ainda é atuar pelos respectivos clubes. Mas o futuro após pendurarem as chuteiras começa aos poucos a ser traçado. "Você precisa estar preparado para quando a oportunidade surgir e é isso que eu vou fazer nos próximos anos. Uma coisa é certa, e a quarentena só confirmou isso para mim: quando eu parar de jogar não vai dar para ficar em casa o dia todo. Minha esposa não vai aguentar", brincou Thiago Silva.

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade