Crescimento do handebol no país é pauta de evento em SP
Campeão mundial feminino e ouro pan-americano, tanto entre os homens quanto entre as mulheres, são as façanhas recentes do handebol, muito popular entre escolas e faculdades, mas sem muito espaço entre o grande público. Mesmo com os bons resultados, o esporte ainda tem muito o que crescer, e debater o futuro dele foi a proposta da Assembleia da Federação Paulista de Handebol, realizada no último fim de semana.
O evento contou com a presença do técnico da Seleção Masculino, o espanhol Jordi Ribera, que palestrou a respeito do crescimento do handebol no país. As expectativas quanto ao desempenho da Seleção nos Jogos do Rio, em 2016, são otimistas, tendo em vista a medalha panamericana, recentemente conquistada, mas Jordi prefere manter o pé no chão com o assunto:
"Não somos favoritos. É meio cedo para falar em Olímpiadas, afinal trocamos alguns jogadores na Seleção, e teremos pela frente algumas seleções que estão passos a frente do Brasil, como França, atual campeão do mundo, Dinamarca, Espanha. São times que evidentemente estão num nível mais alto", afirma o espanhol.
Já o presidente da Federação Paulista, Celso Gabriel, acredita no Brasil forte na busca pelo ouro olímpico:
"O Brasil já é favorito no feminino. É uma seleção forte, muito bem treinada e teve todo apoio da Confederação. Ser campeão do mundo não é fácil, você vai competir com as melhores seleções do mundo, mas eu fico feliz de poder dizer que a Seleção Feminina do Brasil é uma das favoritas", afirma Celso.
Parte dos méritos pelos resultados no handebol são creditados aos técnicos estrangeiros que comandam a seleção. Tanto o dinamarquês Morten Soubak, no feminino, e de Jordi Ribera, espanhol que cuida do time masculino. Presidente Celso credita aos treinadores o sucesso nas competições mundiais, mas garante que resultados viriam também com brasileiros:
"Estamos bem servidos de técnicos no Brasil. Nossos técnicos tiveram a oportunidade de viajar, de aprender com os melhores. Mas acho que, num primeiro momento, trazer um técnico estrangeiro abre muitas portas. Eles abriram muitas portas para os jogadores brasileiros que estavam aqui e que hoje jogam no exterior. Na hora que eles jogam pela Seleção, essa experiência é muito importante", conta o presidente da federação. Dos 17 jogadores que disputaram o Mundial no Catar, no começo do ano, 11 jogam em times na Europa.
O intercâmbio técnico, pelo menos no discurso, parecer ter cárater temporário. Uma das propostas aprovadas pela Assembleia é a criação de uma escola de treinadores, um pedido já antigo entre os clubes federados. Jordi estará no time que organizará a escola, porém ainda não sabe se continuará trabalhando no Brasil após os Jogos do Rio: "depois veremos. O projeto (Rio 2016) é algo que não é decidido somente por mim", conta o espanhol.