Curling em casa transforma jornalista em celebridade virtual
- Emanuel Colombari
Você deve ter recebido, por Twitter ou e-mail, a foto ao lado: um homem jogando curling em casa com um rodo, uma chaleira e algumas pedras de gelo no chão. Em poucos dias, a imagem virou febre na internet e transformou Fabio Chiorino - o "curler" em questão - em uma espécie de "celebridade anônima" da rede mundial de computadores.
Em menos de uma semana, a foto foi visualizada, segundo o próprio Chiorino, por pelo menos 20 mil pessoas. E o jornalista de 28 anos, torcedor do Palmeiras e do Juventus, afirma que nem mesmo esperava que a repercussão do "viral" ultrapasse o limite do círculo social dele e de sua mulher - Amanda Ansaldo, a responsável por publicar a foto no Twitter.
"A ideia era colocar a foto no Twitter dela, pra deixar aquela impressão de que ela me flagrou jogando curling em casa. Ganhamos seguidores - e olha que achávamos que a coisa ia ser comentada só no nosso círculo de amigos", explicou Fabio por telefone ao Terra, admitindo que não esperava se tornar um rosto tão conhecido. "Estaria mentindo se falasse que sim."
Mesmo sem ser um fã ferrenho de Kevin Martin, John Morris e companhia, Fabio contou ter se divertido com as partidas de curling que acompanhou pela TV. E ciente da repercussão que a exótica modalidade provocou nos "twitteiros" do Brasil, inclusive nos que ele mesmo seguia, Fabio e a esposa decidiram aprontar a brincadeira em um final de noite.
"A gente estava vendo os comentários e pensamos: 'imagina tentar recriar isso em um cenário caseiro?'. O rodo e a vassoura, tudo bem - todo mundo brincava no Twitter com o esporte da vassourinha, do ferro de passar. Aí, minha mulher lembrou que nós temos uma chaleira que lembrava muito a pedra", contou o jornalista, que foi além na descrição da cena.
"Era uma meia-noite. Minha filha estava dormindo e nós pensamos: 'vamos fazer agora'. Colocamos algumas pedras de gelo no chão, para dar mais cara ao cenário, e tiramos a foto. Até fiz uma cara de concentrado para jogar", completou o jornalista.
Fábio reconheceu que, apesar do sucesso da foto e da simpatia pela modalidade, não é um grande fã do curling a ponto de nomear ídolos. Mesmo assim, contou já ter acompanhado alguns jogos da modalidade antes mesmo da Olimpíada de Inverno de Vancouver.
"Já conhecia, já tinha visto o jogo, até pela TV a cabo. Mas aí como teve uma transmissão mais forte, a gente pode ver os jogos mais completos. Pelo Twitter, caiu no gosto das pessoas. Aí, você sabe: brasileiro vira especialista em tudo. O pessoal encheu o Twitter de comentários", disse, analisando o esporte. "É muito diferente. Foge um pouco do que a gente está acostumado. Aqui, o mais próximo seria a bocha, e mesmo assim com regras totalmente diferentes. E o inusitado chama a atençao, né?"
Com o fim da Olimpíada de Inverno, o jornalista se mostrou satisfeito com a cobertura que encontrou e com a possibilidade de ter contato com competições de uma cultura diferente da brasileira. Mesmo assim, sentiu falta de um pouco mais de detalhes nas informações disponíveis durante as provas do gelo e da neve.
"A TV pecou na transmissão. É preciso ter especialistas mesmo nos esportes. Independente do que está passando lá, eles falam a mesma coisa, que em qualquer lance o jogo pode ser decidido", disse. "Quando a gente tem uma transmissão tão geral, com possibilidade de rede aberta, as pessoas esperam ver como se joga. Por ser jornalista, a gente é meio bombardeado por informação. Mas foi legal, porque vai entrando no cotidiano. É o papel, quando transmitido para o Brasil, mostrar essas diferenças", completou.
Por fim, Fábio elogiou os vídeos das provas disponíveis sobre o evento no Terra. "Acompanhava muito os vídeos. Entro bastante no Terra Esportes, porque a gente não consegue ver tudo. Gosto bastante dos videos - era legal ver os lances", finalizou.