Djokovic sobrevive a susto no Aberto da Austrália; Sinner e Alcaraz também avançam
Novak Djokovic superou um susto inicial para permanecer na busca pelo recorde de 25 títulos de Grand Slam, enquanto seus dois jovens rivais Jannik Sinner e Carlos Alcaraz passaram para a segunda rodada do Aberto da Austrália com vitórias mais enfáticas nesta segunda-feira.
O queridinho da torcida local Nick Kyrgios não conseguiu evitar a derrota em seu retorno ao torneio em casa, embora o australiano rebelde tenha caído lutando, assim como o vice-campeão de 2023, Stefanos Tsitsipas, em um segundo dia de ação no Melbourne Park.
A bicampeã Naomi Osaka impediu a repetição de sua derrota na primeira rodada de 2024 para a francesa Caroline Garcia ao vencer por 6-3, 3-6 e 6-3 no encerramento da ação do dia nas principais quadras.
A sessão noturna começou com um susto para Djokovic, antes de o sérvio vencer o adolescente norte-americano Nishesh Basavareddy por 4-6, 6-3, 6-4 e 6-2 para manter viva sua busca pelo 11º título do Aberto da Austrália.
"Fiquei impressionado com ele", disse Djokovic. "O estádio inteiro ficou. É por isso que ele recebeu uma grande salva de palmas e o reconhecimento do público. Eles viram o que ele fez na quadra, a qualidade do tênis, o espírito de luta."
"Terminei a partida em boa forma. Acho que isso é importante. Isso conta mentalmente para mim, para o resto do torneio", acrescentou o sérvio.
Enquanto Djokovic enfrentava uma batalha na Rod Laver Arena, Alcaraz estava se preparando para uma vitória confortável por 6-1, 7-5 e 6-1 sobre o cazaque Alexander Shevchenko na Margaret Court Arena, mas a decisão de programar três partidas marcantes ao mesmo tempo provocou críticas.
Além dos jogos de Djokovic e Alcaraz, Kyrgios, em sua primeira participação no Melbourne Park em três anos devido a uma lesão, acabou derrotado por 7-6(3), 6-3 e 7-6(2) para Jacob Fearnley.
A derrota colocou em dúvida o retorno de Kyrgios ao circuito como tenista de simples, e ele não pareceu otimista. "É difícil", disse Kyrgios, que enfrentou problemas no joelho, no pé e no pulso antes de sofrer uma lesão abdominal no mês passado.
"Quando você está competindo nos maiores torneios do mundo e está lutando para ganhar sets fisicamente, é muito difícil. Mas ainda tenho um longo ano pela frente", afirmou.
DOPING EM FOCO
Sinner, que vem sendo atacado nos últimos meses por Kyrgios por causa de seus dois testes antidopings positivos para substâncias proibidas em março, começou sua defesa do título sob o sol forte da Austrália com uma vitória sobre Nicolas Jarry.
Embora o clima ameno tenha sido bem-vindo depois que a chuva persistente cortou seis horas de jogo da programação das quadras externas no primeiro dia, a nuvem negra do doping se recusou a se afastar.
Jarry foi banido por 11 meses em 2020 após testar positivo para ligandrol e estanozolol. A Federação Internacional de Tênis (ITF) aceitou sua explicação de que duas substâncias proibidas estavam em sua amostra de urina por meio de vitaminas fabricadas no Brasil, e determinou que Jarry "não teve culpa ou negligência significativa por sua violação".
O chileno comparou seu caso com o de Sinner, que não foi suspenso apesar de ter sido reprovado nos testes no ano passado, depois de perder para o italiano por 7-6(2), 7-6(5) e 6-1.
"É difícil para mim jogar contra ele... é um assunto difícil e delicado. O que posso dizer é que gostaria que ele tivesse o mesmo tratamento que eu recebi pelas coisas que passei", disse Jarry.
"Não acho que tenha sido o mesmo, então é só isso", afirmou.
Sinner, que ainda pode enfrentar uma punição após uma audiência em abril na Corte Arbitral do Esporte (CAS), disse que não estava familiarizado com os detalhes do caso de Jarry.
"Fomos tratados da mesma forma", acrescentou. "Existe o protocolo. Se o protocolo tiver alguma questão ou problema, a culpa não é minha".
A número dois do tênis feminino, Iga Swiatek, também esteve no centro de uma polêmica em que as autoridades de doping do tênis são acusadas de administrar um sistema de dois níveis que favorecia os melhores jogadores, depois que ela cumpriu uma suspensão por doping de um mês no ano passado.
A pentacampeã de Grand Slam, de 23 anos, não deixou que a controvérsia a distraísse ao derrotar a tcheca Katerina Siniakova por 6-3 e 6-4.
A terceira cabeça de chave, Coco Gauff, que, assim como Swiatek, pode chegar ao topo do ranking se os resultados forem favoráveis em Melbourne, fechou uma vitória rotineira por 6-3 e 6-3 sobre a campeã de 2020, Sofia Kenin.
O grego Tsitsipas caiu em seu primeiro obstáculo ao perder para o jovem norte-americano Alex Michelsen por 7-5, 6-3, 2-6 e 6-4, para grande decepção da comunidade grega local, que compareceu em grande número para apoiá-lo.
O 11º cabeça de chave só podia culpar a si mesmo por seu desempenho desanimado na Austrália, onde já viveu grande momento ao vencer Rafael Nadal e Roger Federer no mesmo ano.
"Eu tinha uma cabeça mais leve naquela época", disse o jogador de 26 anos.
Os torcedores locais tiveram muito o que comemorar, com James Duckworth, Jordan Thompson, James McCabe, Aleksandar Vukic, Tristan Schoolkate e Thanasi Kokkinakis progredindo no lado masculino, juntamente com Ajla Tomljanovic, Destanee Aiava e Talia Gibson no feminino.