Do sofrimento com pênalti perdido ao alívio pela vaga: como torcida argentina viveu 'decisão'
Seleção de Messi vai encarar a Austrália nas oitavas de final da Copa do Mundo do Catar e mantém sonho do tricampeonato mundial
Os torcedores avisaram antes da bola rolar: "Vamos, Argentina. Sabes que eu te amo, hoje tem que ganhar e ser primeiro. Essa torcida louca, deixou tudo pela Copa, a que tem Messi e Maradona". Foi no embalo da 'hinchada' apaixonada que a equipe de Lionel Messi entrou em campo e se impôs desde o primeiro minuto de jogo.
Os gritos de apoio, aos poucos, foram dando lugar à apreensão. Ciente da necessidade de vencer a Polônia para avançar para as oitavas de final no Catar, os argentinos começaram a ficar desesperados com as chances desperdiçadas. Mãos na cabeça, socos na cadeira, rosto escondido embaixo da blusa e muitos palavrões. Essas eram as reações entre os torcedores posicionados atrás do gol onde a Argentina atacou no primeiro tempo.
Um garoto de 8 anos narrava o jogo ao lado do pai. Ele pedia a participação de Di Maria, de Enzo Fernández e de Messi no jogo. O menino indicava as melhores jogadas e cantava todas as músicas. Os responsáveis por puxar os hermanos são um grupo formado por dez homens, a maioria sem camisa, que fica praticamente de costas para o campo, preocupado em animar as arquibancadas.
Quando Szczęsny acertou o rosto de Messi, muitos xingamentos para o goleiro polonês. A explosão veio após o árbitro consultar o VAR e marcar pênalti. Um misto de angústia e confiança quando o camisa 10 partiu para a bola. A bola parou na defesa do jogador da Juventus, da Itália. A arquibancada respondeu rápido, cantando o nome do craque e com o sinal de reverência. Foi o recado que confiavam nele para continuar na luta pelo tricampeonato mundial.
Um suspiro nervoso quando o juiz apitou o final do primeiro tempo. No entanto, no primeiro lance da segunda etapa, Mac Allister fez o Estádio 974 vibrar. Não era a La Bombonera, mas o palco do duelo contra a Polônia 'pulsou'. Muita festa nas arquibancadas, que tremeram.
Aos 22 anos, Julián Álvarez justificou a confiança de Scaloni, que barrou Lautaro Martinez, e marcou o segundo em um lindo chute. Festa completa e grito de "sou argentino, esse sentimento que não pode parar, cada dia te amo mais" por todo o estádio.
Alívio de uma torcida que levou um susto com a surpreendente derrota para a Arábia Saudita na estreia, mas viu o time responder em campo e classificar em primeiro lugar do grupo C. Com isso, evitou um duelo contra a França e pega a Austrália nas quartas de final. A partida será no sábado, 2, às 16h.