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'É chocante termos que pagar para não usar biquíni'

A goleira da seleção norueguesa de handebol de praia expressou seu repúdio à multa imposta à equipe por usar shorts em campeonato

28 jul 2021 - 19h19
(atualizado às 19h27)
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A jogadora norueguesa Tonje Lerstad confessou que apoio da cantora Pink foi uma surpresa
A jogadora norueguesa Tonje Lerstad confessou que apoio da cantora Pink foi uma surpresa
Foto: Tonje Lerstad / BBC News Brasil

Dos problemas por se recusarem a usar biquíni ao apoio de uma das cantoras mais famosas e premiadas do mundo: assim foi a última semana, totalmente incomum, da seleção feminina de handebol de praia da Noruega. 

A equipe havia decidido usar shorts no Campeonato Europeu de Handebol de Praia, o que lhes custou uma multa de US$ 1.764 (R$ 9 mil ) imposta pela Federação Europeia de Handebol (EHF, na sigla em inglês). 

"É chocante termos que pagar para não jogar de biquíni", disse a goleira Tonje Lerstad à BBC.

Em meio a essa confusão, a jogadora de 24 anos e as suas companheiras de equipe foram surpreendidas por uma atitude inesperada de Pink.

Em seu perfil no Twitter, a artista manifestou apoio à equipe e se ofereceu para pagar a multa.

"Tudo foi muito louco. Nos impactou, mas é uma mensagem muito importante e agradecemos", escreveu a goleira em relação ao gesto da cantora.

'Uniforme inapropriado'

A EHF alegou que a multa foi imposta à equipe por "uniforme inapropriado".

Multa foi aplicada sob o argumento de violação às regras de vestimentas da competição
Multa foi aplicada sob o argumento de violação às regras de vestimentas da competição
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Embora a equipe não tenha se surpreendido com a multa, porque foi informada que isso aconteceria, a goleira norueguesa classificou a punição como "inacreditável". "É estúpido, temos que lutar contra isso", disse.

Em resposta à medida, Pink disse que a EHF deveria ser multada "por sexismo".

"Estou muito orgulhosa da equipe norueguesa de handebol de praia por se opor às regras sexistas relacionadas ao uniforme", tuitou a artista.

Como o sexismo se reflete no controle dos uniformes das atletas

Pink não precisará pagar a multa, porque a Federação de Handebol da Noruega (NHF, por suas siglas em inglês) disse que arcará com isso.

"Você não precisa pagar, mas pode nos dar alguns ingressos para que possamos nos encontrar em um dos seus shows com os nosso shorts", brincou a goleira.

Apoio

Ela também comentou sobre o fato de muitas pessoas terem se oferecido para custear a multa. "Talvez a gente devesse abrir uma conta de banco", brincou.

A federação norueguesa prometeu continuar apoiando suas atletas. "Juntos, continuaremos tentando que mudem as regras das vestimentas, assim as jogadoras poderão usar o uniforme com o qual se sintam mais confortáveis".

"Recebemos tanto apoio de outras equipes que não consigo imaginar outra possibilidade que não seja uma mudança (nas regras) no ano que vem", declarou Lerstad.

O próximo evento esportivo da seleção norueguesa será o Campeonato Mundial da categoria.

Para encerrar a entrevista, perguntamos à goleira se ela continuará usando os shorts. "Sim, claro", enfatizou.

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