Entenda como empresa brasileira pretende revolucionar cenário das NFTs com os CryptoPlayers
Projeto quer crescer aproveitando a paixão por figurinhas e interesse por causa da Copa do Mundo no Catar no final deste ano
Está enraizado na cultura brasileira o gosto por colecionar álbum de figurinhas, principalmente em época de Copa do Mundo. A infância de quase todos no Brasil foi marcada por troca de cromos nas escolas e ruas, além de brincadeiras como o "jogo do bafo".
Em época de novas transformações digitais, cada vez mais a interação com a tecnologia se faz necessária. Com isso, surge a CryptoPlayers, uma plataforma digital de apenas três meses de criação onde os participantes poderão colecionar figurinhas digitais dos mais diversos atletas, aliado ao investimento no mundo das NFTs.
O Estadão conversou com exclusividade com Diogo Ruiz, CEO do projeto. Ele fez questão de enfatizar, em diversas oportunidades, que o objetivo é aliar o futuro - já presente - do investimento em NFTs com a diversão característica do povo brasileiro que, apaixonado por futebol desde a infância, sempre procura um meio de se divertir com o esporte.
"Diversão em primeiro lugar", disse Ruiz. "Não se fala em 'investimento'. Pode sim, ser que o projeto estoure. Mas não é esse o nosso discurso. Nosso discurso é de se divertir. De usar a tecnologia, de aprender se divertindo. É democratizar um negócio que vai mudar a nossa vida, se já não mudou". É mais que um jogo ou um investimento. É a oportunidade de entrar em um mundo desconhecido, promissor, de uma maneira lúdica e com potencial de render bons frutos."
MAS, AFINAL, O QUE É UMA NFT?
Para um entendimento amplo, podemos dizer que uma NFT é uma patrimônio digital. Ruiz faz uma comparação com uma obra de arte. Sim, é possível imprimir uma foto da Monalisa, de Leonardo da Vinci. Mas aquela não é a pintura real. Uma NFT entra neste sentido. "Como vamos viver cada vez mais nesse mundo virtual, também vamos querer ter as coisas que sejam verdadeiras", disse o CEO. "A gente vai querer ter as nossas obras digitais que são as verdadeiras."
No CryptoPlayers, o jogador fará um investimento inicial, uma compra, e terá a propriedade sobre figurinhas de jogadores de futebol, como cards colecionáveis de um álbum. A partir daí, será possível realizar trocas com outros participantes, bem como realizar jogos em que os cards serão colocados como recompensa. "E digo mais: não é questão apenas de ter a posse e dizer que você tem. O que as NFTs permitem é o acesso que isso vai te trazer."
Ruiz explica que existem outras estratégias para tornar o negócio atrativo. Ele conta que, em determinada semana, quem tinha três CryptoPlayers poderia escolher uma camisa de uma seleção à sua escolha caso sorteado em um concurso. "Por que não, quem tiver o álbum completo, não concorrer a uma viagem ao Catar para assistir a final da Copa?", indagou.
"O digital nos permite isso com muita facilidade. E a tecnologia está a nosso favor, porque ela garante a certificação de que aquilo é seu mesmo", explicou. "Eu acredito muito nessa vida híbrida. A gente vai estar vivendo o virtual, mas vamos estar vivendo o físico também. A gente quer trazer isso para os CryptoPlayers."
COMO FUNCIONAM AS FIGURINHAS
As figurinhas, num primeiro momento, funcionam que nem os cromos da 'vida real'. Um participante pode adquirir o jogador de sua escolha. Existem diferenças de valores, habilidades e tiragens. Mas, o CryptoPlayers não se limita a apenas isso. Ruiz conta ao Estadão que a ideia é sim chegar ao público como um 'álbum da Copa digital', mas que o objetivo é sempre procurar evoluir.
No Play to Earn, o participante pode jogar com uma carta comum. Em caso de cinco vitórias consecutivas, por exemplo, o sistema oferece uma 'poção' para que as habilidades do jogador aumentem. Ao vencer uma liga, por exemplo, é possível ganhar um card de maior potencial. E assim sucessivamente.
"A figurinha vai ser o gatilho para o jogo", conta o CEO. "São duas coisas. A primeira é que todo mundo vai poder jogar. Vai ser acessível para todos. Quem não quiser jogar apostando vai poder jogar normalmente. Quem quiser jogar para fins de investimentos, vai poder também. É ser extremamente democrático, como tem de ser", enfatizou. "Está errado esse negócio de restringir tecnologias emergentes para pouquíssimas pessoas. Isso é errado."
PIONEIRISMO
O mundo da tecnologia exige cada vez mais que as pessoas se envolvam em negócios digitais. Porém, o cenário ainda é tímido e gera muitas incertezas. Mas, Ruiz confia no seu projeto e garante que não existe nada igual ao CryptoPlayers no Brasil e no mundo. "É o primeiro álbum da Copa no metaverso, com toda a certeza", garantiu.
"Ele é pioneiro dentro da proposta de coleção, ele é pioneiro dentro do roadmap (uma espécie de 'mapa' que visa organizar as metas de desenvolvimento de um software) de jogo que ele quer trazer. E ele é pioneiro no uso da tecnologia. Volto a dizer: o que a gente está fazendo já é existente. O álbum já é existente. Um 'super trunfo' já é existente. Só que a gente faz um mix", disse.
Ruiz ilustrou sua explicação com o modo play to earn, dizendo que é muito mais que apenas a dinâmica de um fantasy ao aproveitar também características de jogos de cartas de RPG e de estratégia. "Não me importo em dizer que ele não precisa ser unicamente relacionado à Copa do Mundo. Ele pode migrar para diversas outras histórias, inclusive, você tendo o seu próprio CryptoPlayer."
QUEM PODE PARTICIPAR E COMO FAZER
O CryptoPlayers se mostra bem interessado em facilitar o acesso de todos aqueles interessados. O CryptoPlayers mais acessível custa R$ 10 e pode ser comprado por PIX. A plataforma também realiza promoções, em que esse valor pode ser reduzido.
"A gente te dá todo o passo a passo para começar sua coleção", garantiu Ruiz. "Desde criar sua carteira cripto, para poder efetivamente ter uma NFT, fazer o processo de compra. Pode ser até por criptomoeda. Mas como a gente sabe que a maioria das pessoas é a primeira vez que está adquirindo, a gente está dando todo o suporte. Temos tutorial e uma equipe totalmente à disposição para fazer as pessoas entrarem nesse universo."
"A gente está vivendo a mesmíssima coisa de como quando começou a internet, que tínhamos que acessar de madrugada", comparou. "É aquela frustração inicial de início de tecnologia. Mas a gente bate na tecla para a galera ter paciência, que é apenas o começo. Que vai melhorar a cada dia, e é isso que estamos fazendo."
PERSPECTIVAS
A curto prazo, o CryptoPlayers faz a programação do 'super trunfo', para que entre abril e maio já esteja disponível para os colecionadores. O projeto também começa agora com o investimento seed (semente) de alavancagem do negócio e de desenvolvimento dos novos jogos que ainda virão, esta captação tem como destino o play to earn, em que os colecionadores poderão ser como verdadeiros gestores de seus times. Esta modalidade está prevista para ser lançada em agosto.
A longo prazo, Ruiz foi bem categórico: "Para os próximos anos, com toda certeza, será um dos maiores jogos de NFT do mundo. Com o time que estamos trazendo e os que já temos perto da gente, não tenho dúvida que temos potencial. O oceano é azul. Não tem ninguém fazendo isso para gente. Esse é um super diferencial", afirmou. "Quem corre antes, bebe a água mais pura", comparou.
ARRECADAÇÃO
O CryptoPlayers, explica Ruiz, já está faturando. Os CryptoPlayers, como moeda de valor, são baseados em ativos digitais. A estimativa do CEO é que já foram vendidos mais de R$ 20 mil em CryptoPlayers. "A estimativa é de que até o final do ano a gente fature mais de 100 milhões de dólares somente com essa coleção", projetou. "A expectativa é de uma margem alta por conta de ser uma empresa de tecnologia'', explicou. "A construção da infraestrutura inicial é cara. E depois a gente sabe que a geração de caixa é muito alta, com alta rentabilidade."
PROJETO DE EXPANSÃO
O CryptoPlayers não conta com figurinhas de jogadores reais, mas a expectativa é para tal. "Eu estava conversando com o Tiago Leifert e ele falou uma coisa muito legal e é uma dinâmica que a gente quer nos CryptoPlayers", disse o CEO. "Não é a gente que vai querer ter o jogador nos CryptoPlayers. É o jogador que vai querer estar aqui dentro."
Por se tratar de um jogo lúdico, ele não necessariamente precisa ter uma correlação com o mundo real, explicou Ruiz. "Talvez, seja o mundo real que queira estar no lúdico, e não o inverso", disse.
COMO DESPERTAR O INTERESSE DAS PESSOAS
"Cara, eu acho que a gente é o país do futebol. A gente é o país que mesmo com todas as adversidades de infraestrutura, de tecnologia, a gente é um dos países que mais usa aplicativos no mundo, redes sociais de modo geral. A gente é um país de pessoas curiosas, de pessoas que querem fazer parte, independente de todas as dificuldades.A gente vai aliar tudo isso, somado ao ano da Copa para que a gente possa introduzir uma tecnologia com um tema que é comum para todo mundo", disse Ruiz.
"Reitero que o projeto tem alcance global. Temos gente que compra nos Estados Unidos, gente que compra na China, na Europa... Claro que, por enquanto, nossa força é maior no Brasil por causa que o projeto começou aqui. A comunidade é brasileira. Mas a gente consegue ver claramente que o projeto funciona mundo afora. É tecnologia, né? Não tem barreiras."
"Então essa é a mensagem final. A gente vai colaborar para a democratização de uma tecnologia emergente, mas que vai revolucionar a nossa vida", finalizou.