I) Ao oferecer apenas duas opções aos entrevistados (pontos corridos versus "sistema atual"), a pesquisa provoca uma restrição irreal sobre a gama de todos os sistemas possÃveis, não permitindo, por exemplo, que o entrevistado se manifeste favorável a um campeonato disputado por todos contra todos na primeira fase, classificando-se os quatro primeiros para disputar o tÃtulo em um quadrangular final. Tal restrição acaba por induzir o entrevistado simpatizante de outros sistemas (como o exemplificado acima) a "migrar" para a resposta favorável aos pontos corridos.
É a mesma coisa que apresentar uma lista incompleta de candidatos em uma
pesquisa de intenção de voto.
Ou seja, dentre esses 59,1% de entrevistados que responderam a pesquisa dizendo-se favoráveis aos pontos corridos, temos:
1) Entrevistados favoráveis a outros sistemas de disputa mas que, por ausência de opções, acabaram "votando" nos pontos corridos.
2) Entrevistados realmente convictos de sua preferência pelos pontos corridos e capazes de argumentações consistentes.
3) Entrevistados sem opinião (convicta) formada que, irrefletidamente, apenas repetiram o que ouviram (ou leram) na imprensa.
O verdadeiro contingente de apoio aos pontos corridos,
portanto, se limita apenas ao segundo grupo, o qual duvido que reúna mais do que metade dos citados 59,1% (ou 29,55%
de todo o universo da pesquisa).
Em suma, antes de publicar que "59,1% querem o Brasileirão em sistema de pontos corridos" ou que "O mito de que o brasileiro não gosta desse sistema está derrubado", o
citado jornal deveria ter atentado para o verdadeiro significado desse número!
É isso aÃ. A qualquer momento estarei Acertando as
Contas com um novo assunto atual do futebol.