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Esportes Aquáticos

Aos 52 anos, Susana Schnarndorf ignora AMS e busca 3ª Paralimpíada

13 fev 2020 - 13h08
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Imagine que você é um triatleta. Frequentemente você treina pesado para nadar, pedalar e correr de forma quase que incansável. O esporte corre em suas veias a ponto de você completar 13 Ironman e vencer o Brasileiro de Triatlo por cinco vezes. Mas, de repente, sua vida vira de cabeça para baixo com um diagnóstico: a síndrome de Shy-Drager, também conhecida como Atrofia de Múltiplos Sistemas.

Foi isso o que aconteceu com Susana Schnarndorf quando ela tinha 37 anos. Hoje com 52, a nadadora paralímpica impressiona médicos da área e todos que convivem com ela. Depois de chegar a receber um prognóstico de apenas mais dois anos de vida, a medalhista de prata no Rio 2016 está em busca de sua terceira participação em Paralimpíadas, provando para o mundo que o impossível é um tanto quanto relativo.

"Minha vida se divide em duas partes: antes da doença e depois. Antes, eu era como qualquer outra pessoa, que reclama de tudo, reclama se está quente, se está frio. Depois da minha doença, tive que me reinventar. Depois que comecei a nadar no paraolímpico, comecei a ter uma responsabilidade muito grande, comecei a inspirar as pessoas, a ser um exemplo. É uma coisa muito bacana, o esporte mudou minha vida. Mudou minha vida e pode mudar a vida de muita gente também", afirmou Susana Schnarndorf em entrevista exclusiva à Gazeta Esportiva durante evento para apresentação do Time Nissan 2.0, no Rio de Janeiro.

Susana descobriu a AMS (Atrofia de Múltiplos Sistemas) pouco depois de dar à luz seu terceiro filho, em 2005, quando tinha 37 anos. Recém-divorciada, ela teve de refazer toda a sua vida, abrindo mão até mesmo da rotina diária com suas crias para se dedicar ao tratamento. Os prognósticos nada animadores e a falta de perspectiva poderiam fazer a gaúcha de Porto Alegre simplesmente sucumbir à depressão, mas o poder do esporte, que sempre esteve muito presente em sua vida, a manteve firme.

"Eu voltei a nadar como fisioterapia para ajudar na minha doença aqui no Rio de Janeiro, e na academia que comecei a nadar parte da seleção brasileira paralímpica estava treinando. Aí eu conheci o pessoal, o pessoal viu que eu tinha uma limitação física, me chamou para nadar com eles e aí comecei a competir no paralímpico. O acaso não existe, era para ser mesmo. Fui fazer a classificação para saber se eu era elegível ou não para nadar no paralímpico e aí começou tudo. Entrei como S8, comecei a competir e mudou a minha vida totalmente", explicou.

Susana Schnarndorf (3ª em pé da direita para esquerda) faz parte do Time Nissan 2.0, um dos principais conjuntos de atletas olímpicos do País (Foto: Divulgação)
Susana Schnarndorf (3ª em pé da direita para esquerda) faz parte do Time Nissan 2.0, um dos principais conjuntos de atletas olímpicos do País (Foto: Divulgação)
Foto: Gazeta Esportiva

Desde então, Susana Schnarndorf já faturou o Mundial Paralímpico em Montreal, no Canadá, em 2013, na categoria SB6, no ano seguinte à sua participação nas Paralimpíadas de Londres, em 2012, quando ficou em quarto nos 100m peito SB7 e em quinto nos 200m medley SM7. No Rio 2016, enfim, a primeira medalha paralímpica: prata no revezamento 4x50m 20pts. Ao todo, a gaúcha ostenta nada mais, nada menos que nove medalhas em Campeonatos Mundiais (seis outros, duas pratas e um bronze).

Agora, o objetivo de Susana é confirmar sua presença em Tóquio 2020, provavelmente sua última participação em Jogos Paralímpicos. Para isso, ela adotou uma dieta restrita e já alcançou o índice necessário. Agora, ela precisa alcançá-lo novamente e terá duas oportunidades para isso: uma agora em março e outra em abril.

"Foco total agora, perdi 9kg desde outubro, estou fazendo dieta pesada, psicólogo, treino… estou tentando alinhar tudo para estar perfeita naquele dia para nadar. Tenho certeza que vai dar tudo certo", revelou.

"A limitação está dentro da gente. Se a gente acha que não consegue fazer alguma coisa, não vai conseguir mesmo. Agora, se você tiver certeza que consegue e fizer de tudo para acontecer, você pode conquistar o impossível. Quando eu subi no pódio nas Paralimpíadas do Rio de Janeiro, a maioria duvidava que aquilo fosse acontecer, duvidavam até da minha ida aos Jogos. Então, a cabeça manda. Nunca deixe ninguém falar para você que você não consegue, porque tudo é possível", concluiu Susana.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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