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Futebol Internacional

Fifa vê lado bom em prisões e confirma Rússia e Catar

27 mai 2015 - 07h53
(atualizado às 15h11)
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A Fifa classificou a prisão de importantes dirigentes sob acusações de corrupção, nesta quarta-feira, como "um momento difícil", mas disse que o presidente Joseph Blatter não vai sair do cargo e que as próximas Copas do Mundo vão continuar como planejadas na Rússia e no Catar. Entenda tudo sobre o escândalo de corrupção na Fifa aqui.

"Certamente é um momento difícil para nós", disse o porta-voz Walter De Gregorio. "Mas isso é bom para a Fifa. Não é bom em termos de reputação, mas em termos de limpeza de tudo que fizemos nestes últimos quatro anos é uma coisa boa", acrescentou.

Operação prende Marin e mais seis executivos da Fifa:

"Eles foram presos, mas ainda não foram condenados. Tudo confirma que estamos no caminho certo. Dói. Não é fácil. Mas é a maneira certa de seguir", completou De Gregorio, antes de confirmar as sedes das próximas Copas do Mundo: "os Mundiais acontecerão na Rússia e Catar. Isso é um fato hoje. Não podemos especular sobre o que acontecerá amanhã ou depois de amanhã. Isto é o que posso dizer agora"

De Gregorio adicionou que a eleição presidencial da organização, na qual é esperado o quinto mandato de Blatter, vai ocorrer nesta sexta-feira como o planejado. Além disto, ressaltou que as prisões não têm nenhuma relação com a votação. Garantindo que nem Joseph Blatter, presidente da entidade, nem Jerome Valcke, secretário-geral, estão envolvidos no escândalo, o porta-voz também reforçou que a Fifa está à disposição para colaborar nas investigações.

"Nós podemos limpar a Fifa até certo ponto, depois precisamos de ajuda das autoridades e já dissemos isso. Precisamos de ajuda, não conseguimos investigar como a polícia ou o procurador-geral. Por isso entregamos o relatório e estamos cooperando", esclareceu.

Loretta Lynch, procuradora que investiga o desvio de verba, atentou para as raízes profundas da corrupção que acomete o futebol, segundo ela, há pelo menos duas décadas. "O indiciamento sugere que a corrupção é desenfreada e tem raízes tanto no exterior quanto aqui nos Estados Unidos. Isso começou há pelo menos duas gerações de executivos que abusaram de suas posições para obter milhões de dólares em suborno e propinas", comentou.

De Gregorio convocou a imprensa para revelar o posicionamento da Fifa
De Gregorio convocou a imprensa para revelar o posicionamento da Fifa
Foto: Philipp Schmidli / Getty Images

A polícia suíça prendeu algumas das figuras mais poderosas no futebol mundial nesta quarta-feira, incluindo o ex-presidente da CBF José Maria Marin, anunciando uma investigação criminal sobre a eleições dos países sedes das duas próximas Copas do Mundo. Blatter não está entre os presos ou indiciados.

Entre os dirigentes acusados no escândalo, além de José Maria Marin, estão: o vice-presidente do comitê executivo da Fifa, Jeffrey Webb; o presidente da Federação de Futebol da Costa Rica, Eduardo Li; o ex-presidente da Conmebol Eugenio Figueredo; o ex-presidente da Concacaf Jack Warner; o presidente da Federação Venezuelana de Futebol, Rafael Esquivel; o ex-presidente da Conmebol Nicolás Leoz; o presidente da Federação Nicaraguense de Futebol, Julio Rocha; e o braço-direito do presidente da Conmebol, Costas Takkas. Destes, apenas Leoz e Warner ainda não foram presos, de acordo com o Departamento de Justiça americano.

Fifa está envolvida em escândalo a dois dias de novas eleições presidenciais
Fifa está envolvida em escândalo a dois dias de novas eleições presidenciais
Foto: Philipp Schmidli / Getty Images

O ministro dos Esportes da Rússia, Vitali Mutko, se pronunciou nesta quarta-feira e garantiu que o escândalo não tem nenhuma relação com a campanha para escolher a sede da Copa do Mundo de 2018 e nem de 2022. "Eu não disponho de todas as informações, mas a julgar pela lista dos detidos, (eles) não têm relação com o campeonato do mundo de 2018, nem com a escolha do Catar" , disse Mutko à imprensa russa. 

Com informações da Gazeta Esportiva

Lista dos 14 acusados na investigação de corrupção na Fifa
Alejandro Burzaco 50 anos argentino executivo
Aaron Davidson  44 anos americano executivo
Rafael Esquivel 68 anos venezuelano presidente da Federação Venezuelana de Futebol
Eugenio Figueredo 83 anos uruguaio ex-presidente da Conmebol
Hugo Jinkis 70 anos argentino executivo
Mariano Jinkis 40 anos argentino executivo
Nicolás Leoz 86 anos paraguaio ex-presidente da Conmebol
Eduardo Li 56 anos costarriquenho presidente da Federação de Futebol da Costa Rica
José Margulies 75 anos brasileiro executivo
José Maria Marin 83 anos brasileiro ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol
Julio Rocha 64 anos nicaraguense presidente da Federação Nicaraguense de Futebol
Costas Takkas 58 anos caimanês braço-direito do presidente da Conmebol
Jack Warner 72 anos trintino ex-presidente da Concacaf
Jeffrey Web 50 anos caimanês vice-presidente do comitê executivo da Fifa
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