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Fifa investiga vídeo de jogadores argentinos após França alegar racismo

A FFF disse que apresentaria uma reclamação ao órgão regulador do futebol mundial sobre o vídeo

18 jul 2024 - 11h16
(atualizado às 12h51)
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O vídeo foi postado pelo atacante argentino Enzo Fernández no Instagram em meio às comemorações da equipe após a vitória por 1 x 0 sobre a Colômbia na final da Copa América
O vídeo foi postado pelo atacante argentino Enzo Fernández no Instagram em meio às comemorações da equipe após a vitória por 1 x 0 sobre a Colômbia na final da Copa América
Foto: REUTERS/Agustin Marcarian

A Fifa está investigando um vídeo que circula nas mídias sociais que mostra membros da seleção argentina cantando sobre os jogadores da França de uma forma que a Federação Francesa de Futebol (FFF) disse ser "racista e discriminatória".

A FFF disse na segunda-feira que apresentaria uma reclamação ao órgão regulador do futebol mundial sobre o vídeo, no qual os jogadores argentinos cantam sobre a ascendência africana do atacante francês Kylian Mbappé.

O vídeo foi postado pelo atacante argentino Enzo Fernández no Instagram em meio às comemorações da equipe após a vitória por 1 x 0 sobre a Colômbia na final da Copa América.

"A Fifa está ciente de um vídeo que circula nas mídias sociais e o incidente está sendo investigado", disse um porta-voz da entidade em um comunicado. "A Fifa condena veementemente qualquer forma de discriminação por parte de qualquer pessoa, incluindo jogadores, torcedores e dirigentes."

Mais tarde, Fernández se desculpou nas mídias sociais, dizendo que havia sido "pego pela euforia de nossas comemorações".

"A música incluía linguagem altamente ofensiva e não há absolutamente nenhuma desculpa para essas palavras", escreveu ele.

O companheiro de equipe de Fernández no Chelsea, Wesley Fofana, descreveu anteriormente o vídeo como "racismo desinibido".

No entanto, a vice-presidente da Argentina, Victoria Villarruel, defendeu Fernández e a equipe, dizendo que não toleraria as ações de um país "colonialista".

"Nenhum país colonialista vai nos intimidar por causa de uma música no campo ou por dizer as verdades que eles não querem admitir", publicou Villarruel em sua conta no X.

"A Argentina é um país soberano e livre. Nunca tivemos colônias ou cidadãos de segunda classe. Nunca impusemos nosso modo de vida a ninguém."

"Mas também não vamos tolerar que façam isso conosco... Enzo, eu o apoio, (Lionel) Messi, obrigado por tudo! Os argentinos sempre mantêm sua cabeça erguida."

Mais tarde, na quarta-feira, o gabinete do presidente da Argentina, Javier Milei, disse que o subsecretário de Esportes do país, Julio Garro, havia sido removido de seu cargo por sugerir que o capitão da Argentina, Messi, pedisse desculpas pelos cânticos.

"O gabinete do presidente informa que nenhum governo pode dizer o que comentar, o que pensar ou o que fazer à seleção argentina, campeã mundial e bicampeã da América, ou a qualquer outro cidadão", escreveu o gabinete presidencial em uma publicação no X.

"Por essa razão, Julio Garro deixa de ser subsecretário de Esportes da nação."

O clube de Fernández, o Chelsea, disse em um comunicado que todas as formas de comportamento discriminatório são completamente inaceitáveis.

"Temos orgulho de ser um clube diversificado e inclusivo, onde pessoas de todas as culturas, comunidades e identidades se sentem bem-vindas", disse o clube da Premier League inglesa.

Mbappé e outros jogadores de ascendência africana da equipe da França sofreram abuso racial nas mídias sociais após perderem para a Argentina na final da Copa do Mundo de 2022, o que levou um ministro sênior do gabinete francês a pedir que a Fifa investigasse.

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