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Análise: esquema com três zagueiros falha, e Flamengo acumula 'choques de realidade' em 2023
Rubro-Negro conheceu sua segunda derrota consecutiva no Brasileirão neste domingo, diante do Botafogo
O Flamengo perdeu para o Botafogo neste domingo por 3 a 2, em partida válida pelo Campeonato Brasileiro. Com a derrota, o Rubro-Negro pode terminar a rodada na 14ª posição na tabela da liga nacional, caso o Bahia vença o Vasco com saldo em São Januário. O resultado é apenas uma consequência das escolhas da equipe para o clássico.
Os problemas começaram antes mesmo da bola rolar, quando Gerson, uma das principais referências técnicas desde a chegada do técnico argentino, sentiu incômodo muscular no aquecimento. O argentino optou por Ayrton Lucas, uma escolha questionável que se tornou compreensível após o problema físico de Everton Ribeiro ser revelado após a partida.
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Se estivesse em condições de jogar os 90 minutos, o meia poderia ter sido decisivo para o Flamengo. Tanto que, quando entrou, foi protagonista da equipe e criou pelo menos duas grandes chances para Gabigol e Pedro, que as desperdiçaram. Sem Ribeiro, no entanto, o meio-campo do Rubro-Negro sucumbiu facilmente para o do Alvinegro.
Com Ayrton Lucas improvisado, o Flamengo perdia em poder de criação, e a má atuação dos outros dois homens de meio-campo também não ajudaram. Vidal, escalado justamente para povoar o setor, não fez boa partida, enquanto Thiago Maia voltou a ter atuação abaixo depois de marcar contra o Maringá. O volante, inclusive, deixou o campo de maca e será reavaliado no CT Ninho do Urubu.
A atuação ficou comprometida com a ausência desse jogador de criação, especialmente no primeiro tempo, quando o Flamengo teve apenas uma chance clara, em bola na trave de Vidal. Na etapa complementar, os atacantes rubro-negros desperdiçaram muitas oportunidades. Cebolinha não foi bem, e Pedro ficou à mercê de Adryelson e Victor Cuesta. Gabi teve atuação pouco inspirada, desperdiçou três chances claras e voltou a receber críticas da torcida.
ESCOLHA POR TRÊS ZAGUEIROS
Certamente, a escolha pelo 3-5-2 foi a grande mudança de Sampaoli para o duelo deste domingo e, mais uma vez nesta temporada, se provou falha. Com os alas, o Flamengo perdeu o poder de marcação nas laterais, e os pontas do Botafogo pegavam os zagueiros sempre no "um contra um". Léo Pereira até foi bem com dois gols, mas Fabrício Bruno errou na marcação do segundo tento de Tiquinho Soares.
David Luiz, no entanto, foi o destaque negativo da linha defensiva. Não conseguiu contribuir bem com a saída de bola, como geralmente faz, além de ter perdido praticamente todas para Tiquinho Soares. O atacante, por sua vez, foi o principal nome do Botafogo na partida, ao lado de Lucas Perri. Apesar da falta de contundência citada por Sampaoli, talvez o grande problema do Flamengo seja mesmo a defesa.
Os resultados, querendo ou não, já são uma espécie de choque de realidade para o Flamengo. Desde o início da temporada, os rivais mostram que estão cada vez mais fortes. O curioso é que o sarrafo foi levantado justamente pelo próprio Rubro-Negro, em 2019, quando fez grandes contratações e venceu a Libertadores e o Campeonato Brasileiro no mesmo fim de semana. Agora, o clube se vê inerte e não consegue bater adversários de maior expressão.
O elenco e o momento já não são os mesmos, mas o clube ainda tem um dos, senão o melhor, elenco da América do Sul. Sampaoli chegou em uma fogueira e vai precisar se virar com pouco tempo para trabalhar em um calendário extremamente desgastante. O Flamengo volta a campo nesta quinta-feira, às 19h (de Brasília), para enfrentar o Racing em Avellaneda, valendo a liderança do Grupo A da Libertadores.
