Ângela Machado, diretora do Flamengo, é indiciada por racismo pela Polícia Civil
Gestora e esposa do presidente Rodolfo Landim fez publicação com ataque ao povo nordestino após a última eleição presidencial do Brasil
A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) indiciou Ângela Rollemberg Santana Landim Machado, diretora de Responsabilidade Social do Flamengo, por racismo. A também esposa do presidente do clube carioca, Rodolfo Landim, fez uma série de publicações de ataque aos nordestinos, após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições. A informação foi confirmada pela assessoria da Polícia Civil ao LANCE!.
O caso ocorreu após o segundo turno das eleições presidenciais. Na ocasião, Ângela utilizou as redes sociais para compartilhar uma mensagem xenofóbica, que dizia: "Ganhamos onde se produz, perdemos onde se passa férias. Bora trabalhar porque se o gado morrer, o carrapato passa fome".
A diretora depôs à Polícia durante a apuração do caso e afirmou que não foi a criadora do conteúdo, apenas repostou a publicação. Ela ainda disse que não teve intenção de "desqualificar o povo nordestino".
Na época, o presidente Landim também foi perguntado sobre o assunto. Questionado sobre um possível pedido de desculpas oficial do Flamengo, o mandatário afirmou que Ângela tem o direito de se posicionar.
"Eu não estou acompanhando as redes sociais, porque eu nem sei o que é isso. Eu preciso ter tranquilidade para administrar o Flamengo, que me dá muito trabalho. O problema não é meu, é da minha mulher", disse, antes de completar: "Ela tem o direito de se posicionar e falar o que quiser. O problema é a vontade dela. Ela é uma pessoa física e tem o direito de se posicionar. É uma decisão íntima dela. Cada um tem o direito de agir e pensar como quiser".
Dias depois, já com a denúncia acatada pela Polícia Civil, Ângela Machado utilizou as redes sociais para se pronunciar sobre o caso e pedir desculpas ao povo nordestino.