Zico opina sobre saída de Gabigol do Flamengo: 'Tudo muito mal conduzido'
Craque analisa que o clube não conduziu a situação do atacante de maneira adequada e tece elogios a Filipe Luís, treinador rubro-negro
Durante a participação no programa especial do Redação SporTV, nesta sexta-feira (27), o maior ídolo do Flamengo, Zico, opinou sobre a saída de Gabigol. Segundo o craque, a forma como o clube carioca conduziu o processo não foi de maneira adequada.
"Acho que foi tudo mal conduzido. Um ídolo como ele não deveria ter sido feito daquela maneira. As coisas começaram a ficar muito nebulosas e aconteceram situações chatas, que estavam à parte do jogador de futebol, da parte de dentro do campo. Lógico, eu entendo que o Flamengo estava preocupado com aquele negócio da suspensão, se vai voltar, se vai ser absolvido ou não vai. Acho que isso tudo no meio não conseguiu resolver. Não confiaram na situação de resolver o problema para ele. Foram empurrando e tal, e deu no que deu", disse.
No último dia 8 de dezembro, o atacante se despediu do Rubro-Negro, no empate por 2 a 2 com o Vitória, no Maracanã. Após seis temporadas, o jogador se tornou ídolo com gols decisivos em finais de Libertadores e muita identificação com a torcida, sobretudo com os jovens.
"Principalmente como torcedor e amigo dele, um cara que eu gosto bastante, fico chateado pela forma como tudo aconteceu. Porque todos jogadores, principalmente aqueles que atingem um certo nível, precisam ter continuidade. Pode ser quem for, ficar colocando 15 minutos finais, 20 minutos, que não vai adiantar. O cara está acostumado a jogar o tempo todo, pegar o jeito do jogo e tal. E o Filipe Luís entendeu isso e fez. Lógico, ele vai dar a resposta. Vai ver que o treinador está confiante", analisou.
Confiança no trabalho de Filipe Luís
De acordo com Zico, Filipe Luís, que foi campeão da Copa do Brasil em pouco tempo como treinador da equipe profissional do Flamengo, já dava sinais do talento que tem fora de campo. Além disso, o ex-jogador fez questão de elogiar o papel de liderança do comandante, que tem tudo para crescer na nova carreira.
"Acho que já estava demonstrando isso. Apesar de ter sido uma situação, assim, inesperada para muitos e no final de uma competição importante. Lembro que eu estava uma vez no jogo, ele não estava jogando, mas nos encontrando depois, e ele (Filipe) falou assim: "eu já estou preparadíssimo para ser técnico". Ele já estava com isso na cabeça, aí eu falei, vai fundo, vai fundo, porque você sabe da sua competência. Ainda mais depois daquela entrevista do Barroca. Aí eu fiquei pensando, começando a analisar quando ele jogava, o que ele fazia no campo. O Filipe é um cara que tem uma liderança, pode ser quem for, ele fala. Se ele tiver que falar ele fala que está errado", afirmou.
"Uma vez ele me ligou, aliás, eu que liguei pra ele, né? Aí eu falei pra ele assim: "olha, eu tô gostando muito de uma coisa que você está fazendo, você não está diferenciando ninguém. Apesar de terem sido seus companheiros. Então se tiver que chamar atenção, chama. Você não pode ser amiguinho de ninguém. Você não pode abrir mão do seu comando e vai pelas suas convicções, acertando ou errando, é tua cabeça que vai cair. Não vai ser do outro nem no auxiliar. Você ouve todo mundo e toma suas decisões", concluiu.
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