Diniz analisa vaias que sofreu na Seleção e aplausos com o Fluminense
Fernando Diniz ainda criticou o que considera "soluções simples para problemas complexos"
Vaiado em um dia, aplaudido no outro. Em 24 horas, Fernando Diniz viveu os dois extremos da carreira de técnico de futebol no Brasil, primeiro com a Seleção Brasileira, na derrota para a Argentina por 1 a 0, e depois pelo Fluminense, na vitória também por 1 a 0 diante do São Paulo. Na entrevista coletiva pós-jogo, o técnico analisou as reações nos dois dias.
- Eu tive uma vida inteira sofrendo como jogador para saber lidar com essas coisas. Eu acolho bem as duas coisas porque entendo o torcedor. Obviamente são situações diferentes. Minha relação com o Fluminense sempre foi boa e vive um momento de apogeu, de glória, pela conquista da Libertadores, um título inédito para o clube. Só aumenta a conexão que eu tenho com a torcida tricolor - iniciou.
- Com relação às vaias, entendo. Eu sei como é no Brasil. Estando no cargo de treinador da Seleção, quando não ganha, e vindo de derrota como vínhamos, é uma reação emocional esperada do torcedor, embora o time tenha jogado bem ontem e merecido uma sorte melhor. Era para termos vencido o jogo de ontem (diante da Argentina). É se fortalecer e procurar melhorar, tanto aqui (Fluminense) quanto lá (Seleção Brasileira) - seguiu o treinador.
Ainda "entre o céu e o inferno", Diniz comparou os rendimentos das duas equipes que comanda. Para o técnico, a Seleção Brasileira jogou melhor que o próprio Fluminense, levando em consideração o que o treinador pede para os atletas. O treinador ainda listou alguns motivos que fazem o trabalho na Seleção ainda não ter engrenado como no Fluminense.
- Ontem aconteceu muita coisa orgânica. Se comparar o Fluminense com a Seleção, daquilo que o treinador pede e é executado, eles (Brasil) executaram de forma muito mais plena do que hoje (Fluminense). O que acontece na Seleção é que está tendo um pouco de oscilação, que é normal por vários fatores. Por eles estarem me conhecendo agora, por ter que mudar muito as convocações e os jogadores se ambientando. Tem a questão da própria perda da Copa do Mundo, um processo de luto que vamos lutando para recuperar a confiança. E ontem o resultado negou o que aconteceu no jogo.
Por fim, o técnico fez um desabafo sobre aquilo que considera "análises cegas". Fernando DIniz afirmou que a imprensa gosta de sugerir "soluções simples para problemas complexos", em reclamação sobre as críticas que recebeu sobre as escalações e substituições que costuma aplicar tanto no Fluminense como na Seleção.
- Faz 14 anos que faço coisas parecidas. Vocês costumam dar soluções fáceis para problemas complexos. Contra o Olímpia, jogamos com Ganso de segundo volante e foi tudo bem. No jogo contra o Internacional aqui, estávamos jogando melhor, tivemos um jogador expulso, e a crítica era que o time estava desguarnecido porque estava jogando dessa forma. Parece que fica esperando acontecer alguma coisa para voltar na mesma crítica. Se a crítica tem fundamento, precisa insistir nela. É muito ruim esperar o resultado para encaixar no que vocês pensam.