Em carta aberta, Nino se despede do Fluminense: "Saio com a certeza de que ainda voltarei a ver um novo dia raiar em Laranjeiras."
Zagueiro acertou sua transferência para o Zenit, da Rússia, por 5 milhões de euros (cerca de R$ 27 milhões)
A venda do zagueiro Nino para o Zenit, da Rússia, foi confirmada no início da noite desta quinta (4). Os russos pagarão 5 milhões de euros (cerca de R$ 27 milhões) para o Fluminense pelo capitão tricolor. Ao The Players' Tribune, o jogador se despediu do clube em uma carta aberta pra lá de emocionante.
Nino começa a carta com um trecho da música "Tá Escrito", hit que embalou o Fluminense na reta final da Libertadores. Ao decorrer, o zagueiro conta sobre as sensações vividas dentro do campo nas partidas contra o Internacional no Maracanã e no Beira-Rio, além da partida de ida das oitavas contra o Argentinos Jrs.
"Nessas horas, a gente fica tão obcecado em reverter o momento ruim que é difícil perceber o que se passa fora do campo. Naquela noite no Maraca, porém, enquanto a gente se posicionava pra reiniciar a partida depois do segundo gol deles, naqueles poucos segundos, eu resolvi dar uma olhada em volta. Talvez eu buscasse ajuda, um sinal, alguma esperança.
Então, o que eu vi foi uma loucura. O estádio inteiro em festa. Não parecia que a gente tinha tomado gol, parecia que a gente tinha marcado. O time inteiro sentiu a vibração. Olhei pros meus companheiros e na cara de cada um a mesma expressão de: "Beleza, nós vamos lá empatar". Não era um desejo, uma vontade. Era uma convicção.", cita o zagueiro.
Além disso, Nino conta como a amizade dentro do Fluminense fortaleceu o clube e que a família que se criou dentro do clube foi graças ao presidente Mário Bittencourt.
"Em famílias como a que nós formamos no Fluminense, o brilho de um filho é resultado do esforço de todos.", diz Nino.
Na carta, o agora ex-capitão conta sua evolução ao longo do tempo desde que chegou ao clube, em 2019. Como ele cresceu em momentos de dificuldade, seja lutando contra o rebaixamento ou sendo desclassificado nos pênaltis na Libertadores. O zagueiro também relata a primeira vez que recebeu a faixa de capitão do ídolo Fred e como aquilo havia o emocionado.
Assim como todo jogador, Nino passou por dificuldades no início de sua carreira. Ele fala como quase desistiu do futebol após passar por adversidades na base do Mogi Morim e que já tinha muitas dúvidas sobre o futebol, muita insegurança e intranquilidade. Isso aumentou de um jeito quase insuportável. O futebol era o amor de sua minha vida, como bem disse seu pai. Mas era também a sua maior preocupação.
Porém, graças à Fernando Diniz, o zagueiro começou a enxergar certas coisas que realmente importam de outro jeito. e transformou esse medo em seu combustível pra não fracassar.
O capitão tricolor encerra a carta agradecendo ao torcedor, lembrando dos bons momentos que passou durantes os quase cinco anos de clube e que sai com a certeza de que ainda voltará a ver um novo dia raiar em Laranjeiras, porque, segundo ele, a história de ambos não termina aqui.