Thiago Silva concede primeira coletiva pelo Fluminense e avisa: 'Não vim para brincadeira'
Zagueiro foi apresentado nesta sexta para mais de 55 mil tricolores no Maracanã
Thiago Silva foi oficialmente apresentado pelo Fluminense e concedeu a primeira entrevista coletiva logo depois da grande festa para mais de 55 mil torcedores no Maracanã. O zagueiro vestiu a camisa 3 e avisou que voltou para brincadeira.
O desejo pelo retorno de Thiago Silva sempre foi grande. No entanto, o zagueiro entende mesmo com a conquista da Libertadores não era o momento de voltar e justificou as razões.
- Muitas pessoas me perguntam em relação a isso (volta no momento certo). Muitos falam por que eu não voltei no passado, por que eu não voltei antes, pelo fato de eles terem vencido a Libertadores. Por que você não voltou? Porque simplesmente não era o momento certo para voltar. Eu sempre cumpri meus contratos, os meus compromissos. Eu tive, como Mário falou, uma proposta pra sair, uma grande proposta para sair em janeiro. Cumpri meu contrato, como sempre fiz, e se eu estou feliz hoje é porque eu honrei com meus compromissos e acho que é por isso que a noite hoje foi ainda mais especial porque faz parte da minha índole - revelou o "Monstro".
Thiago Silva desembarcou no Rio de Janeiro no início da manhã desta sexta-feira (7). O Monstro foi recebido por muitos torcedores do Fluminense no Salão Nobre do Galeão.
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MINI PRÉ-TEMPORADA
- Agora é o período de programar minha mini pré-temporada. Acho que nunca tive tanto tempo para fazer uma pré-temporada assim bem feita. Claro que o grupo está na frente, eu estou vindo de um período inativo. Fiz agora na última semana uns treinos bem adaptados em Londres. Vou seguir nesses treinos para que, na próxima semana, eu possa estar junto com o grupo, me entrosar e pegar condicionamento com o pessoal. Porque sozinho é muito difícil. Mas eu preciso desse momento sozinho na pré-temporada para render o que esperam de mim.
ESTILO DE DINIZ
- Para ser sincero é difícil né? De fora a gente ter essa análise assim porque é um jogo muito diferente de todos os outros, um esquema tático nunca visto antes, pelo menos para mim. É um jogo completamente diferente de ser analisado, mas acredito que é muito treino não quer chegar em campo e fazer o que os jogadores têm na cabeça é tudo bem programado, várias repetições isso eu tenho certeza, porque para funcionar tão bem da forma que funcionou e vem funcionando é porque isso requer muito trabalho. E sei o quanto ele trabalha. Joguei um pouco com ele e sei o quanto ele gosta de trabalhar. Estou super preparado para isso. E em relação ao meu estilo de jogo eu acredito que eu sou um jogador muito técnico, é o que ele mais pede é para sair jogando. Na minha concepção que eu mais sei fazer. Eu me sinto bem jogando dessa maneira. É claro que por torcedor não é tão agradável, que passa aqueles momentos ali de calafrio, por de repente passar a bola na frente do gol, mas se for bem treinado com certeza a gente vai fazer a coisa certa.
FINAL DA LIBERTADORES
- Nervoso, acompanhado com meus filhos, com minha esposa. Gritando muito (risos). Principalmente jogo de final assim é muito nervoso. Pensando em todas as finais, acho que poucas foram de futebol bem jogado. A maioria é jogo truncado, ninguém quer perder. Não fica um jogo taticamente bem jogado. Acho que o Fluminense jogou muito mais na fase de grupos, nas outras fases do que propriamente na final. Mas era o que eles tinham que fazer, coisa que nós não fizemos em 2008. Acredito que nós jogamos bem, mas o resultado todo mundo sabe. Então eu trocaria um jogo não bem jogado e ter sido campeão em 2008 do que o contrário. Mas faz parte do futebol, isso faz com que você aprenda. Sabendo que o momento de ganhar são esses jogos. No final fiquei muito aliviado porque, apesar de estar distante, meu coração estava a todo momento com eles porque sei o quanto isso contagia.
FAMÍLIA
- Não é uma situação fácil. Acho que isso mostra o meu amor, o meu carinho pelo Fluminense. Eu acho que só o amor pode fazer a gente tomar decisões assim tão difíceis, né? Deixar a minha família em Londres, 11 horas de voo, 4 horas de fuso. Enfim, eu sei que não vai ser fácil, mas eu acredito em tudo que Deus preparou para mim. De ter iniciado aqui após a minha doença, da minha tuberculose, foi o clube que me abriu as portas. Eu acho que nada mais justo do que voltar para onde tudo começou. Não apenas para encerrar a carreira, mas para brigar por títulos, porque eu acho que a gente tem condição. Porque, se vocês olharem a minha carreira, eu ganhei muito. E quero continuar ganhando porque eu sei o quanto esse clube e o quanto esses jogadores são ambiciosos para continuar ganhando títulos.
CALOR DA TORCIDA TRICOLOR
- Primeiramente fiquei muito nervoso, diferente de entrar em campo e jogar, que é uma coisa que eu domino, me sinto bem jogando, principalmente com pressão. Essa pressão hoje foi difícil, mas foi especial. Porque, como eu falei no campo, nem nos meus melhores sonhos eu imaginei viver esse momento, com Maracanã tão lindo, tão colorido, com meus familiares, amigos próximos. Hoje estava Luiz Alberto, Arouca, Junior Cesar, o Cícero, Gabriel lateral, que estavam comigo aqui em 2008. Fiz questão de convidá-los, os outros infelizmente não puderam estar aí, mas sei que vão estar torcendo por mim. Pode ter certeza que vai ser um dia inesquecível para mim como vai ser do meu filho aqui também, que está jogando no Chelsea. Ele quis até vir participar da coletiva para ver como que é. Espero que ele possa ter uma carreira vitoriosa também.
ADAPTAÇÃO
- Cara, essa expectativa é muito grande, apesar de eu ser um cara já experiente, que posso acrescentar algumas coisas, mas eu acredito que nesse momento de início, eles vão muito mais me ajudar do que eu eles, porque eu vou estar fora de ritmo, vou estar vindo de um período inativo e para que eu possa me entrosar cada vez mais com eles, para na estreia já estar bem adaptado ao time, a forma que joga, da maneira que joga, eles vão ter que me ajudar muito. Eu estava brincando, falando que um e outro vai ter que correr para mim. Eu vou mais ou menos mapeando, dando um pouco da direção que ali atrás eu consigo fazer bem, mas nesse início acredito que vai ser um pouco difícil até me adaptar ao futebol brasileiro novamente, aos campos, que eu acho que essa é uma briga constante de todos os campos para ter um espetáculo melhor. Eu acho que nada mais justo do que ter um gramado bom pra se praticar o futebol. Então é se preparar bem e começar, eu acredito que na segunda-feira eu já vou pro centro de treinamento começar a minha preparação.
GERÔNIMO
- Realmente foi especial. Eu pensei, pensei muito nessa possibilidade, porque na apresentação do Marcelo, eu vi que o presidente não fez a questão, não teve o ego acima de tudo e deu para o Gansinho, para os filhos do Marcelo, e para o filho do Cano entregarem a camisa para o Marcelo. E eu falei, cara, eu acho que se eu colocar o Gegê, ele vai representar todos os funcionários do clube. Porque é um cara que eu tenho um carinho, eu tenho um respeito e sempre que eu vim no Fluminense, sempre me tratou muito bem. E é um cara especial assim para mim, sabe? Ele, de repente, na cabeça dele pode não saber de toda essa importância, mas é um cara que me fortaleceu muito no meu início, juntamente com o Marcão, com o Tutá na época, os caras que me deram muita força. E sempre me tratou da mesma maneira, desde o meu primeiro dia até o abraço ali de hoje. Por isso que é emocionante, por isso que eu me sinto feliz de ter tido de alguma forma essa iniciativa de poder fazer com que ele representasse todas as pessoas que trabalham no Fluminense.
BRASILEIRÃO
- Eu sempre acompanhei, dependendo do horário do jogo. Às vezes era muito tarde, não assistia. Mas eu via os jogos do Fluminense, que era o que me chamava atenção, por esse desejo de voltar. Com certeza estudei bastante essa maneira de jogar para, quando estiver em campo, ficar um pouco mais fácil para mim. Temos grandes zagueiros no nosso futebol, a gente cria zagueiros. Tem o próprio Murilo, que saiu recentemente do Corinthians, foi para o Nottingham Forest, e já estão pedindo na Seleção pela capacidade dele. É um cara que me chamou muita atenção de início. Outro um pouco mais jovem é o Marlon, qualidade incrível. Vai ser bem especial jogar com ele, moleque de Xerém. Já temos uma amizade há um tempo. Depois, obviamente, Felipe Melo. Dispensa na posição de volante e agora na de zagueiro. Com certeza tem os atalhos ali.
PRESSÃO PARA VOLTAR
- Dúvida eu nunca tive que voltaria para o lugar certo, mas a cobrança foi grande, não só do Marcelo, mas como do Renato Augusto, do próprio Cano, as pessoas ali que a gente trocava mensagem. O Cano um pouco menos, mas Marcelo e Renato botaram pressão a todo momento. O Marcelo falava "vai logo, cara, daqui a pouco eu não tô mais aqui, eu vou aposentar, não aguento mais", na brincadeira, obviamente. Mas com um pouquinho de pressão, mas foi gostoso, acho que a escolha foi muito acertada, estou com meu coração tranquilo, passei um período aí difícil pensando em deixar a família. Enfim, demorei um pouquinho, mas não tenho dúvida que a minha escolha foi a mais acertada possível.
CHEGADA AO FLUMINENSE CAMPEÃO
- Na verdade, todas as outras equipes veem o Fluminense como adversário a ser batido e se preparam para isso. Acho que fica muito mais difícil. O início foi mais abaixo, acredito que vai subir novamente. Porque, quando você ganha uma coisa tão importante como a conquista da Libertadores, tem um delay para você entrar novamente nos trilhos para poder disputar a temporada seguinte. Se você olhar o rival teve a mesma dificuldade, chegou o Tite que mudou um pouco. Mas é normal que isso aconteça. Acredito que a pré-temporada não foi legal porque teve o Mundial, você alonga a temporada, tem menos tempo de pré-temporada. Agora é o momento que o Fluminense vai subir. Não porque eu estou chegando, porque é assim que o futebol funciona. Pressão vai existir sempre, principalmente aqui no nosso país. Por isso que eu falei: eu não vim para passear. Espero que, junto com meu grupo, eu possa fazer o Fluminense de novo vitorioso.