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Alojamentos das bases são 'caixas pretas' em muitos clubes

11 fev 2019 - 15h20
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A tragédia ocorrida no centro de treinamento do Flamengo, na sexta-feira (8), expôs uma situação de negligência e precariedade num dos clubes mais importantes do País. A falta de licenças para o alojamento de meninos da base no Ninho Urubu, conforme relato de autoridades, pode ser apenas um exemplo de como se dá essa relação entre clubes de futebol e suas categorias amadoras.

“Em geral, esses alojamentos, mesmo nos grandes clubes, funcionam como caixas pretas. Difícil alguém de fora ter acesso ali para ver as condições dos abrigos. Isso evidencia uma tentativa de burlar exigências legais. É um sério problema em todo o país.”

Movimentação em frente ao Ninho do Urubu - Centro de Treinamento (CT) do Flamengo, após incêndio atingir parte do alojamento, e deixar 10 mortos e três feridos, dois grave e um em estado gravíssimo, na madrugada desta sexta-feira (08)
Movimentação em frente ao Ninho do Urubu - Centro de Treinamento (CT) do Flamengo, após incêndio atingir parte do alojamento, e deixar 10 mortos e três feridos, dois grave e um em estado gravíssimo, na madrugada desta sexta-feira (08)
Foto: SEVERINO SILVA/ AGÊNCIA O DIA / Estadão Conteúdo

As declarações acima, dadas à reportagem do Terra, são de um dos mais importantes gestores do futebol de base no Brasil, hoje atuando num dos 12 maiores clubes brasileiros e que, por isso, preferiu não ter seu nome revelado.

“Os clubes se recusam a mostrar seus alojamentos. Muitos estão superlotados, se utilizam de gambiarras e alguna hospedam menores de 14 anos, o que é ilegal. Essa é a situação real.”

Para o executivo, entrevistado pelo Terra, apenas dois clubes no Brasil fogem à regra – São Paulo e Atlético-PR, “por atenderem com excelência à demanda da base”.

Segundo ele, há entre clubes brasileiros o sentimento de que dar melhores condições aos jovens atletas da base poderia soar como “mordomia precoce”.

“Isso não corresponde à realidade. A maioria consegue um lugar num clube de ponta vindo de fora. Deixam sua cidade, sua família, seus amigos e ficam sob responsabilidade dos clubes, sempre com um temor pavoroso de que podem sobrar numa próxima peneira .”

Outro aspecto destacado pelo executivo é a voracidade demonstrada por clubes, e principalmente por alguns empresários, para obter a confiança dos pais de algum jovem valor. “Nesse mundo da base não há filantropia. São urubus sobre a carniça e isso deixa de lado muita coisa legal, obrigatória.”

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Fonte: Especial para Terra
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