Ausente de compromissos, Del Nero se isola cada vez mais
A contragosto, o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, mudou totalmente sua rotina desde 27 de maio, quando o FBI deflagrou operação contra a corrupção no futebol mundial. Desde então, ele deixou de fazer um de seus hobbies preferidos: viajar para o exterior. Pelo menos nos últimos 15 anos, Del Nero manteve o hábito de sair do País em média uma vez por mês.
Agora, já são cinco meses praticamente enclausurados na sede da CBF, no Rio, longe dos aeroportos. Isso tem afetado o humor do dirigente, segundo pessoas mais próximas com quem ele trabalha na entidade. Del Nero está abatido, tem falado pouco, e, quando não está no prédio da CBF, evita ao máximo locais de exposição pública.
O dirigente diz que sua ausência em compromissos internacionais pela entidade está relacionada à demanda de trabalho. Seus adversários e muitos analistas do submundo do esporte afirmam que isso se dá pelo medo que ele teria de ser preso, numa extensão da operação do FBI que já levou para a cadeia um vice-presidente da CBF, José Maria Marin.
França, EUA, Itália, Suíça, entre outros, são os destinos preferidos de Del Nero. "Ele adora todo esse circo de jogo de seleção, quando distribui ingressos, é chamado para coquetéis e recepções, divide a tribuna de honra do estádio com autoridades. Mas está privado disso. Na verdade, ele vive numa prisão diferenciada. E isso o tem abalado muito", contou ao Terra um dos assistentes do dirigente, com quem divide jornadas diárias na CBF.