Botafogo prepara narrativa para justificar o desastre esportivo
Em sua visita a Bragança Paulista, antes da última Data-Fifa, o jogadores do Botafogo ouviram da inexpressiva torcida do Red Bull Bragantino a palavra "pipoqueiro". De fato, ela representa, com exatidão, tudo o que são. Afinal, são responsáveis por entregar o título brasileiro mais acessível de todos os tempos. Nesta quinta-feira (23), os amarelões aprontaram outra. Foram ao Castelão e, apáticos, não jogaram absolutamente nada. Só empataram com o Fortaleza porque um dos zagueiros do adversário resolveu dar uma mão e marcar um gol contra. Uma exibição de dar nojo.
Eram 13 pontos sobre o segundo colocado ao fim do primeiro turno. Hoje, o Botafogo tem um ponto a menos que o ponteiro e o virtual campeão Palmeiras, time que tratou o Campeonato Brasileiro com muito mais seriedade e, por isso, merece a taça. A maior arregada da história! Nenhum rebaixamento ofendeu tanto o "botafoguismo". Mas é preciso dar uma satisfação à massa. John Textor, então, encomendou uma pesquisa na qual o time alvinegro teria 70 pontos contra 49 do Verdão se não fossem os "erros de arbitragem" apontados pelo tal estudo. O sócio majoritário da SAF do clube inaugurou, nesta semana, o "choro matemático".
Menos, Textor, bem menos…
Por favor, nem o ficcionista mais descolado da realidade faria igual. Textor está mesmo desacostumado com o futebol brasileiro. Não percebeu que o nível da arbitragem na Terra Papagalli é abaixo do aceitável para os participantes de todas as divisões. O bufão norte-americano acredita que pode resolver os problemas com suas bravatas ao invés de se esforçar para entender o contexto do país. Esquece, também, que verdadeiros campeões passam por cima da incompetência dos homens do apito e não protagonizam campanha de rebaixado no segundo turno.
Além da terceirização de culpa e das teorias da conspiração, os dirigentes do Botafogo, ao fim do campeonato, vão afirmar que o objetivo da temporada era mesmo a Libertadores. Na conjuntura do Brasileirão-2023, trata-se de outra afronta à torcida. A propósito, para esta desculpa estar na ponta da língua dos cartolas e dos jogadores, o time precisa chegar à última rodada com chances matemáticas de G6. Pelo andar da carruagem, sei não. Pela postura, é Sul-Americana ao fim da partida contra o Internacional, em dezembro, no Beira-Rio.
Acorda para a vida, Botafogo!
Os jogadores do Botafogo, salvo raríssimas exceções, não transmitem nenhuma vontade de entrar em campo e vestir a camisa do clube nesta reta final de Campeonato Brasileiro. Intensidade zero. Por isso, não são mais do que párias. O nível de descompromisso com os anseios da arquibancada é algo assombroso. Um morosidade que não condiz com a posição da equipe na tabela. Ou seja, inadmissível.
Estes covardes ganham muito bem, trabalham com boa estrutura e contaram com todo o apoio possível. Que o Nilton Santos esteja atento no domingo.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jogada10
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