Chega desse negócio de sobe e desce, diz presidente do Bahia
A estreia do Bahia no Brasileiro (vitória por 6 a 2 sobre o Atlético-PR) não veio por acaso e o time vai aprontar muito mais na competição. Quem afirma isso é o presidente do clube, Marcelo Sant’Ana, convicto de que chegou a hora de dar um basta na sina que persegue o clube tricolor – nos últimos 16 anos, ficou num vaivém entre as Séries A, B e C do campeonato nacional.
"Chega desse negócio de sobe e desce. O Bahia vai fazer um Brasileiro seguro e não queremos ouvir a palavra ‘rebaixamento’; isso não nos pertence", disse o dirigente, em entrevista ao Terra.
O time começa nesta quarta (17) a decisão da Copa do Nordeste, contra o Sport, em Recife, embalado pelo resultado obtido contra o Atlético-PR. A partida de volta está programada para 24 de maio, na Fonte Nova.
Independentemente do que ocorrer na final da Copa do Nordeste, Marcelo Sant’Ana quer um Bahia "vibrante e guerreiro"” no Brasileiro.
"Sabemos da força dos adversários, entre os quais destaco Palmeiras, Atlético-MG, Flamengo, Santos e Cruzeiro. Temos os pés no chão e nosso objetivo é fazer valer o mando de campo, como foi na estreia. No ano passado, nos últimos dez jogos em casa pela Série B, o Bahia venceu nove. Nossa torcida faz a diferença e isso tem que ficar claro mais uma vez".
Com uma folha salarial, no futebol, em torno de R$ 3 milhões, o Bahia tem no atacante Régis, emprestado pelo Sport, seu principal nome para a disputa. A base, no entanto, da equipe, é de jogadores que pertencem ao clube – é assim com oito dos titulares. "Não somos barriga de aluguel".
Para Marcelo Sant’Ana, a grande dificuldade dos clubes do Nordeste no Brasileiro é a sequência de viagens desgastantes para o Sul e Sudeste do País. "A questão logística afeta muito, e, claro, o problema financeiro – não temos os mesmos recursos que vários clubes do Rio, São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul".
O Bahia, porém, está próximo de dar um salto com repercussão direta no futebol do clube. Até dezembro, Marcelo Sant’Ana deve inaugurar o novo centro de treinamento do clube tricolor – na divisa das cidades de Camaçari e Dias d’Ávila. Uma área com quatro campos – outros dois virão em seguida - e quatros prédios, um deles para alojamento dos profissionais, com 26 suítes.
"Vamos ficar entre os cinco, seis clubes mais bem estruturados do Brasil com relação a centro de treinamento, que terá equipamentos modernos atendendo a diversas áreas da medicina esportiva e um amplo espaço para reuniões, refeições e lazer e descanso dos jogadores. O custo total da obra alcança R$ 20 milhões".
Como a promessa do centro de treinamento é para o final do ano, antes disso o Bahia quer terminar bem o Brasileiro, se possível repetindo o Botafogo em 2016.
"Vamos começar com o objetivo de não ter risco de queda. Quem sabe não evoluímos e passamos a ocupar a faixa dos classificados para a Sul-Americana e até mesmo para a Libertadores. O Botafogo ano passado fez isso. Mas nada de precipitação. Vamos no passo a passo e com o trabalho sério do Guto Ferreira, nosso técnico já faz 11 meses. Sei que precisamos de reforços, notadamente de um meia e um atacante, e a sequência do Brasileiro vai nos situar melhor", declarou o presidente do Bahia.