Daniel Alves "usou" o SPFC e "não estava nem aí", diz ídolo
Souza destaca que camisa 10 "não estava fazendo questão de jogar sério" pelo São Paulo
A saída de Daniel Alves do São Paulo, oficializada e divulgada nesta sexta-feira pelo clube do Morumbi, deixou o ex- jogador Souza satisfeito. “O Daniel Alves não estava nem aí. Não estava fazendo questão de jogar sério”, disse em entrevista ao Terra. “Esse rompimento foi bom para os dois lados, mas o São Paulo arranjou um grande problema, já que vai ter que pagar a dívida de R$ 11 milhões”, explicou. Vale lembrar que o jogador de 38 anos chegou ao clube em 2019, fez 95 partidas e marcou dez gols, conquistando apenas um título: o de campeão paulista deste ano.
O ex-volante entendeu que faltou atitude à diretoria antecipar essa decisão. “O Daniel que não quis jogar mais pelo São Paulo, porque senão ele estaria voltando da Seleção, se apresentando para treinar para entrar em campo no domingo”, esbravejou. A equipe de Crespo encara o Fluminense neste domingo no Maracanã, às 20h30, pela 20ª rodada do Campeonato Brasileiro.
O campeão da Libertadores e Mundial de 2005 não tem dúvidas que o ex-camisa 10 ficou devendo dentro das quatro linhas. "Ele não entregou o futebol que ele prometeu quando foi contratado, e até disse que amava o São Paulo”, comentou. “O Daniel Alves usou o São Paulo para ir à Olímpiada e servir a Seleção Brasileira. Porque ele não tomou essa atitude (de sair) antes de ser campeão olímpico?”, questionou.
Souza também observou que o São Paulo não podia ter dado total liberdade ao experiente jogador escolher em qual posição queria atuar. “Foi um erro dar a camisa 10 e deixar o Daniel Alves no meio-campo quando ele chegou. Por isso que só elogiava o Diniz (ex-comandante do time na época), e que, por sua vez, falava bem dele. O Daniel só rendeu melhor quando voltou a atuar na lateral”, observou.
No entanto, apesar das críticas, o ex-jogador não tira o mérito de Daniel Alves ir atrás de seu prejuízo. “Ele tinha todo o direito e a razão de reivindicar o que estavam devendo pra ele (R$ 11 milhões)”, ressaltou. “Ninguém vai apagar a história vencedora que ele construiu no futebol, mas no São Paulo ele não deu certo”, analisou.
Erros frequentes
Souza alertou que, além da chegada de Daniel Alves, a diretoria cometeu esse mesmo equívoco nas contratações de laterais e deu exemplos recentes. “O erro já foi com a chegada do Juanfran e agora com o Orejuela, que não joga. O atual diretor (Rui Costa) era do Grêmio antes e trabalhou com ele. Como pode trazer esse mesmo jogador sabendo de seu histórico? Tem coisas que não dá pra entender”. Ele até brincou. “Se for assim (pra ganhar dinheiro e não produzir nada), me chama que eu vou”, destacou o atual comentarista do programa 'Os Donos da Bola', da Band.
Na opinião do ex-volante, a diretoria tinha que dar mais respaldo para Muricy Ramalho, atual coordenador técnico. “Tem que deixar o Muricy trabalhar, pois ele sabe e entende mais de quais contratações que o São Paulo precisa”.
Bicampeão brasileiro em 2006/07, com o próprio treinador na época, não tem dúvidas que o São Paulo precisa olhar com mais carinho para as categorias de base. “Na minha época, quando eu cheguei, o São Paulo tinha contratado o Ricardinho. Deu certo? Não. E recentemente ele até ganhou uma ação contra o São Paulo”, lembrou.
“Não pode fazer política e ficar contratando só pra dar resposta à torcida. Historicamente contratando jogadores supervalorizados, de grife, não deu certo. Só tem prejuízo grande. Tem que apostar na base. Esse é o caminho”, falou. “Ou senão trazer jogadores não badalados como foi o caso do Rigoni, que ninguém dava nada pra ele. Que sirva de exemplo. O São Paulo não pode errar mais”, finalizou.