Lucas cobra postura: "se não reagir, nem com o Guardiola"
O Palmeiras começa avaliar os frutos da Era Oswaldo de Oliveira no clube, encerada na última terça-feira. O lateral Lucas, que chegou ao clube credenciado pelo trabalho ao lado de Oswaldo no Botafogo, lamentou a saída do técnico e pediu que a troca de comando sirva para motivar os jogadores. Se não, nem a contratação do melhor treinador o mundo adiantaria.
“O que muda quando se troca de treinador é a postura. É para dar uma resposta. Pode trazer o Guardiola, mas se a gente não reagir, não adianta. Quando tem essa mudança, é para dar uma resposta. Os não aproveitados criam expectativa e treinam diferente. Isso que fortalece”, comentou o lateral.
Oswaldo de Oliveira foi demitido após o fraco início de campanha no Brasileiro. Foi apenas uma vitória em seis jogos. Lucas admitiu que o começo está longe do ideal, mas a culpa não era apenas do técnico.
“Eu me sinto (culpado) porque o treinador não entra em campo. Quem está dentro do campo são os jogadores. Com Oswaldo, todos tiveram oportunidades e o futebol é feito de oportunidades. Sinto essa culpa quando é demitido um profissional, porque é sempre chato”, comentou.
Lucas é um dos destaques do Palmeiras no primeiro semestre, junto a Gabriel e Rafael Marques. O trio atuou com o Oswaldo no Botafogo e era considerado titular absoluto do time. Apesar disso, o lateral nega que tenha havido qualquer privilégio dado para os ex-botafoguenses.
“Em algumas oportunidades o Arouca ficou no banco, o Rafael Marques também. Se falou disso (prioridade de atletas), mas ia para campo os melhores, foi demonstrado no trabalho dele. E eu tinha certeza que seria assim quando , que teria que mostrar meu futebol para jogar”, analisou
O Palmeiras investiu pesado em 2015, com 22 reforços em seis meses. Até por causa disso alguns jogadores acabaram encostados no elenco. Lucas pediu para os encostados ganharem motivação.
“Jogador não pode se acomodar jamais, isso não pode acontecer em qualquer profissão, tem que sempre buscar mais. Acontece de o jogador ficar cabisbaixo. Quer jogar, claro, mas não pode acontecer isso. E o brasileiro tem esse pensamento. Tem que olhar para europeus, que tem cultura totalmente diferente, e aprender”, comentou o lateral.
“Eu tive o prazer de por dois anos de viver com o Seedorf e ele me mostrou muitas coisas, como eles fazem por lá. Falo pela minha experiência e convivência ao lado de jogadores experientes como ele. Isso não pode acontecer”, completou.
Apesar de tudo, Lucas acredita que o trabalho com Oswaldo de Oliveira estava evoluindo, e lamentou a saída precoce do técnico. Ele inclusive lembrou os tempos de Botafogo para lembrar que o início de trabalho com Oswaldo costuma ser difícil.
“Falo por experiência, vivemos isso no Botafogo. No primeiro ano vivemos uma situação parecida com aqui. Chegamos na final de Carioca e não fomos campeões, no Brasileiro ficamos em oitavo ou sétimo, que não era o objetivo do clube. Aí o clube, junto a jogadores como o Seedorf e o Bolivar, pediu a permanência dele. No ano seguinte fomos campeões do Carioca e fomos para a Libertadores”, afirmou Lucas.
“A gente tem que pegar a filosofia do próximo treinador e dar sequência nas coisas boas do Oswaldo aqui. A intensidade de trabalho, de treinamentos, temos que dar sequência no que ele fez, e com a chegada do novo treinador é só entender a filosofia dele e dar sequência na competição”, concluiu o jogador.