Câncer de cólon: doença causou morte de Pelé e de Roberto Dinamite
Tumor no intestino é um dos três mais frequentes entre pacientes brasileiros
Maior ídolo da história do Vasco, Roberto Dinamite morreu neste domingo, 8, aos 68 anos em decorrência do câncer de cólon. O ex-jogador foi diagnosticado com a doença no final de 2021 e teve uma piora nos últimos dias.
Tumor no intestino, que também levou à morte do Rei Pelé no final do mês passado, é um dos três tipos de câncer maligno mais frequentes entre os pacientes brasileiros.
Em dezembro de 2021, Dinamite precisou ser submetido a uma cirurgia não invasiva para desobstrução do intestino. Em janeiro do ano passado, o ex-camisa 10 resolveu tornar sua luta pública e revelou que foi diagnosticado com tumores durante o período em que esteve hospitalizado.
Segundo Ricardo Carvalho, oncologista da da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, muitas vezes um paciente com esse tipo de câncer não apresenta sintomas. "O tumor pode ser achado em um exame de rotina", explica.
Quando aparecem, os sintomas mais comuns são sangramento nas fezes, alteração do hábito intestinal, ou seja, o intestino pode ficar mais preso ou solto. Outro sintoma comum é a alteração na forma das fezes. Além de perda de apetite e emagrecimento.
O geriatra e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Marco Túlio Cintra, explica que existem fatores genéticos que podem contribuir para um caso de câncer no intestino, como jovens que podem desenvolver pólipos intestinais.
"Pessoas que têm doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn, por exemplo, estão mais propensas", afirma.
O médico explica ainda que outros fatores de risco cardiovasculares, como diabetes e hipertensão, podem contribuir para o desenvolvimento da doença.
"Por causa desses fatores de risco, que são muito prevalentes na população idosa, o câncer de intestino é mais comum nessa faixa etária", explica.
Importância do diagnóstico precoce
O geriatra alerta para a importância do diagnóstico precoce, através de exames, como sangue oculto nas fezes ou colonoscopia, a partir dos 45 anos. "Infelizmente, uma boa parte dos diagnósticos é feita em casos já avançados, quando a pessoa apresenta emagrecimento atípico, anemia ou sangramento nas fezes", acrescenta.
O oncologista clínico do Hospital Sírio Libanês Tulio Pfiffer destaca a importância da colonoscopia. “85% do câncer de cólon nasce dos pólipos. Muitos pólipos não chegam a dar problemas, mas os que chegam demoram cerca de dez anos para se transformarem em malignos. Por isso, é importante fazer o exame”, afirma.
O pólipo intestinal é uma alteração causada pelo um crescimento anormal da mucosa do intestino grosso (cólon e reto). Pfiffer explica que o exame remove um desses pólipos e entra em programa de vigilância para prevenir o câncer.
Tipo de câncer curável
Marco Túlio Cintra afirma que esse tipo de câncer é curável, desde que o diagnóstico seja feito cedo. Ele ainda diz que, mesmo em casos graves, com metástase, a cura ainda é possível.
O tratamento para esse tipo de câncer envolve cirurgia, que pode resolver o problema, quimioterapia e radioterapia, em casos mais específicos.
Para Tulio Pfiffer, uma vida saudável ainda é a melhor forma para prevenir a doença. “Alimentação saudável, com vegetais e frutas ricas em fibras, evitar frituras, consumo moderado de carne vermelha, atividade física, baixo consumo de álcool e zero consumo de cigarro”, elenca o oncologista.