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Câncer de cólon: entenda a doença que levou à morte do Rei Pelé

Rei do Futebol morreu nesta quinta-feira, 29, de falência múltipla de órgãos, decorrente do câncer diagnosticado em 2021

30 nov 2022 - 17h30
(atualizado em 29/12/2022 às 17h10)
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O 'Rei do Futebol' iniciou um tratamento contra um tumor no cólon em 2021.
O 'Rei do Futebol' iniciou um tratamento contra um tumor no cólon em 2021.
Foto: Reprodução/ Instagram: @pele

O ex-jogador de futebol Pelé morreu nesta quinta-feira, 29, por falência múltipla de órgãos, decorrente de um câncer de cólon descoberto em 2021. Edson Arantes do Nascimento, tinha 82 anos e estava internado no Hospital Israelita Albert Einstein  desde 29 de novembro.

O Rei foi levado pela esposa, Márcia Aoki, após apresentar quadro de inchaço pelo corpo. No dia em que foi internado, Pelé foi diagnosticado com infecção respiratória. 

Embora esta última ida ao hospital não estivesse agendada, eram frequentes as idas do ídolo à unidade de saúde, por causa do tratamento do câncer de cólon. O tumor maligno afeta a região do intestino grosso e reto.

Segundo Ricardo Carvalho, oncologista da da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, muitas vezes um paciente com esse tipo de câncer não apresenta sintomas. "O tumor pode ser achado em um exame de rotina", explica. 

Quando aparecem, os sintomas mais comuns são sangramento nas fezes, alteração do hábito intestinal, ou seja, o intestino pode ficar mais preso ou solto. Outro sintoma comum é a alteração na forma das fezes. Além de perda de apetite e emagrecimento. 

O geriatra e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Marco Túlio Cintra, explica que existem fatores genéticos que podem contribuir para um caso de câncer no intestino, como jovens que podem desenvolver pólipos intestinais. 

"Pessoas que têm doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn, por exemplo, estão mais propensas", afirma. 

O médico explica ainda que outros fatores de risco cardiovasculares, como diabetes e hipertensão, podem contribuir para o desenvolvimento da doença. 

"Por causa desses fatores de risco, que são muito prevalentes na população idosa, o câncer de intestino é mais comum nessa faixa etária", explica. 

Importância do diagnóstico precoce

O geriatra alerta para a importância do diagnóstico precoce, através de exames, como sangue oculto nas fezes ou colonoscopia, a partir dos 45 anos. "Infelizmente, uma boa parte dos diagnósticos é feita em casos já avançados, quando a pessoa apresenta emagrecimento atípico, anemia ou sangramento nas fezes", acrescenta. 

O oncologista clínico do Hospital Sírio Libanês Tulio Pfiffer destaca a importância da colonoscopia. “85% do câncer de cólon nasce dos pólipos. Muitos pólipos não chegam a dar problemas, mas os que chegam demoram cerca de dez anos para se transformarem em malignos. Por isso, é importante fazer o exame”, afirma. 

O pólipo intestinal é uma alteração causada pelo um crescimento anormal da mucosa do intestino grosso (cólon e reto). Pfiffer explica que o exame remove um desses pólipos e entra em programa de vigilância para prevenir o câncer. 

Tipo de câncer curável 

Marco Túlio Cintra afirma que esse tipo de câncer é curável, desde que o diagnóstico seja feito cedo. Ele ainda diz que, mesmo em casos graves, com metástase, a cura ainda é possível. 

O tratamento para esse tipo de câncer envolve cirurgia, que pode resolver o problema, quimioterapia e radioterapia, em casos mais específicos. 

Para Tulio Pfiffer, uma vida saudável ainda é a melhor forma para prevenir a doença. “Alimentação saudável, com vegetais e frutas ricas em fibras, evitar frituras, consumo moderado de carne vermelha, atividade física, baixo consumo de álcool e zero consumo de cigarro”, elenca o oncologista.

Fonte: Redação Terra
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