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Cânticos e aglomerações marcam velório de Maradona em Buenos Aires

Uma fila quilométrica de fãs se formou na porta da Casa Rosada para a despedida do craque

26 nov 2020 - 11h47
(atualizado às 13h29)
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A Argentina passou a noite em claro, esperando a chegada do corpo de Diego Armando Maradona à Casa Rosada, onde será velado até as 16h desta quinta-feira. Desde o entardecer do dia 25, centenas de pessoas já se acumulavam na região que compreende o Obelisco até as proximidades da Praça de Maio, que fica em frente à Casa de Governo, para esperar a chegada do corpo do ídolo.

O ídolo do futebol argentino morreu nesta quarta-feira em Buenos Aires. Aos 60 anos, completados no mês passado, ele trabalhava como técnico do Gimnasia Y Esgrima de La Plata e lutava contra uma série de problemas de saúde. Ele morreu depois de sofrer parada cardiorrespiratória.

Uma homenagem em forma de aplausos e cânticos entoados exatamente às 10 da noite - fazendo alusão ao camisa 10 - aconteceu nesta quarta-feira. Na mesma hora, todos os estádios de futebol do país acenderam suas luzes. O ato de repetiu às 10 horas desta quinta.

A chegada do corpo de Maradona à Rosada aconteceu por volta das 4 da manhã, mas o acesso ao caixão, fechado, coberto por camisetas da seleção argentina, Boca Juniors e bandeira nacional, foi permitido às 6h. "Eu tive uma infância difícil e, por muito tempo a melhor coisa da minha vida foi ver o Maradona jogar", diz um torcedor mais velho que esperava na fila quilométrica que se formou na porta da Casa Rosada.

Ele refletiu o sentimento de cerca de 40 milhões de argentinos que choram a morte do camisa 10. A fila para se aproximar do caixão de Maradona se formou na extensão da Avenida de Mayo. Pessoas esperavam para despedir-se de Diego. O clima é parecido ao da entrada de um estádio de futebol em dia de final de campeonato, embalado pelas conhecidas canções de 'cancha' que os argentinos tanto gostam. São esperadas milhares de pessoas na cerimônia que marca o adeus ao jogador, entre eles, o presidente Alberto Fernández, que já esteve no velório.

Maradona tinha deixado o hospital havia duas semanas após ser internado para tratar de um hematoma no cérebro. Depois disso, o camisa 10 da Argentina foi levado para casa, na cidade de Tigre, região metropolitana de Buenos Aires, para terminar sua recuperação. A recomendação médica era para que Maradona cuidasse principalmente da dependência química de remédios e de álcool. Seu médico chegou a dizer que ele precisava se cuidar. Maradona não queria fazer o tratamento e tentou deixar o hospital antes do tempo.

O ex-jogador estava em sua casa quando se sentiu mal. Familiares e funcionários chamaram uma ambulância para socorrê-lo, mas ele morreu antes mesmo da chegada do veículo da emergência. O presidente da Argentina, Alberto Fernández, decretou três dias de luto no país.

Funeral pode se estender até amanhã

"Diego não morreu, Diego não morreu, Diego vive no povo, la puta madre que me parió", canta a multidão que cobre toda a avenida de Mayo à espera para entrar na Casa Rosada, sede do governo argentino, e poder se despedir do eterno camisa 10. E uma das músicas que não poderiam faltar é a tão conhecida dos brasileiros, "Maradona, más grande que Pelé", uma aprovocação à disputa dos dois jogadores.

Alguns esperam há mais de cinco horas de pé para estar apenas segundos perto de seu ídolo, no último olhar e reverência, mesmo que para seu caixão com a bandeira da Argentina esticado sobre ele. O ambiente que, não fosse pelas máscaras, pouco lembraria que o país segue em uma pandemia. O calor de cerca de 24 graus de Buenos Aires, somado ao uso das máscaras que dificultam a respiração, levou a organização a instalar postos de atenção médica àqueles que, por um motivo ou outro, pudessem sentir algum mal-estar.

São esperadas um milhão de pessoas na cerimônia que deveria ser finalizada às 16h desta qiinta, quando o corpo de Diego Maradona deve ser levado ao cemitério de Bellavista, onde estão sepultados os pais do jogador.

No entanto, existe o temor de que o humor da multidão que está a espera de ter seu último momento com Diego possa se acirrar quando as portas sejam fechadas ao ingresso de todos eles. Por isso, não está descartado que o velório do ídolo argentino possa se estender não só algumas horas a mais desta quinta, como, talvez, durar até sexta-feira.

Aqueles que já conseguiram cumprir o desejo de ter seu último minuto com o ídolo saem da Casa Rosada emocionados. Os semblantes são de consternação e tristeza, muitos deles concordam em conversar com os jornalistas que também se acumulam no local, são mais de 800 credenciados, à espera de algum depoimento que, em geral, termina em lágrimas.

Estadão
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