Caso Robinho: Brasil nega extradição do jogador brasileiro para a Itália após condenação de estupro
Constituição não prevê que cidadãos brasileiros sejam extraditados, mas atacante ainda poderá cumprir pena no País
Após pedido da Justiça italiana, o Brasil negou a extradição de Robinho para a Itália, por condenação de estupro, em decisão anunciada nesta quinta-feira. O atacante foi julgado e condenado a nove anos de prisão por estupro de uma mulher albanesa em 2013, quando atuava no Milan. Robinho tentou firmar um contrato com o Santos antes do seu julgamento, mas o clube voltou atrás depois de sofrer pressão da torcida.
A informação desta quinta é da agência de notícias italiana Ansa. A recusa da Justiça brasileira em extraditar Robinho se deve ao Artigo 5 da Constituição do Brasil, que não permite a extradição de cidadãos brasileiros. No entanto, a Itália ainda pode pedir que o atacante cumpra sua pena no seu país.
No início de outubro, a Justiça italiana pediu a extradição de Robinho e de seu amigo Ricardo Falco - ambos condenados por estupro -, quase nove meses depois da confirmação da sentença do jogador pela Suprema Corte do país, última instância na Itália.
Apesar de Robinho poder cumprir a pena no Brasil, essa possibilidade é dificultada pelo Código Penal. A sentença estrangeira só é aplicada no Brasil em duas situações: a primeira é pela reparação de danos e a segunda, pela homologação para efeitos de tratados. No começo do ano, o Estadão informou que a Justiça da Itália preparava um pedido de extradição do jogador brasileiro.
Aos 38 anos, Robinho não entra em campo por uma partida oficial desde 2020, quando defendia o Istambul Basaksehir, da Turquia. O jogador chegou a ser anunciado pelo Santos em outubro daquele mesmo ano, mas a contratação foi cancelada após pressão da torcida e de patrocinadores por causa do processo por estupro.
Em 2022, o atacante utilizou suas redes sociais para declarar apoio à reeleição de Jair Bolsonaro na disputa contra Luiz Inácio Lula da Silva. Em seu Instagram, Robinho postou fotos em alusão ao número 22, do candidato à reeleição.