CBF decidirá de quem é a vaga pendente na Copa do Nordeste
A segunda vaga do Estado do Ceará para a Copa do Nordeste de 2017 ficou indefinida depois que o Guarani de Juazeiro voltou atrás e enviou à CBF documento no qual manifesta seu interesse em disputar a competição. A confusão, sinônimo de tentativa de virada de mesa, tem vários capítulos que indicariam uma investigação séria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), mas nada leva a crer que isso será concretizado.
O tribunal hoje é comandado por Ronaldo Piacente, amigo do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero. A confederação está no centro da polêmica e mantém sua preferência pela inclusão do Ceará na Copa do Nordeste, por razões políticas.
Tudo começou com a quinta colocação do Ceará no Estadual deste ano. Com isso, o Alvinegro ficou fora da Copa do Nordeste de 2017, que classifica as equipes de acordo com o resultado dos estaduais. No caso, os dois primeiros do Cearense estariam na Copa: o campeão Fortaleza e o Uniclinic. Mas o vice desistiu estranhamente da competição. E o mais incrível. O terceiro e quarto colocados, respectivamente Guarani de Juazeiro e Guarany de Sobral, fizeram o mesmo.
Todos alegaram falta de condições financeiras para a disputa. A Copa do Nordeste é uma vitrine principalmente para os clubes de menor investimento da região e sempre foi cobiçada por todos eles.
Com as desistências, o Ceará, que recentemente se filiou à Primeira Liga, passou a ser o virtual indicado, numa jogada que conta com a interferência da CBF, segundo o Terra apurou. A entidade máxima do futebol tenta há meses esvaziar o movimento que inicialmente agrupava clubes do Sul e do Sudeste e que agora se estende.
Mas os fatos inusitados não param por aí. O Uniclinic abriu mão da Copa, mas com a promessa de que, mesmo assim, receberia a cota destinada ao participante – cerca de R$ 400 mil. E numa reunião com a Federação e Futebol do Ceará, os demais clubes foram informados de que teriam de arcar com todas as despesas se aceitassem a vaga do Uniclinic. Diante disso, as equipes de Juazeiro e de Sobral também resolveram ficar fora da competição.
O desfecho da história estava pronto – a vaga seria do Ceará. Mas aí o Guarani de Juazeiro reviu a sua decisão inicial e se candidatou para representar o Estado. O presidente do clube. Mario Vidal, justificou a reviravolta ao afirmar que na reunião em que os três clubes desistiram da Copa recebera a informação de que, se aceitasse jogar a Copa do Nordeste, o Guarani de Juazeiro, assim como o Guarany de Sobral, teria de custear passagens aéreas e hospedagem.
Mas, ao saber que não era bem assim – esses gastos são pagos pela organização da Copa -, seu clube voltou a pleitear a vaga, mesmo sem a cota de R$ 400 mil.