CBF tem 1º presidente negro em mais de 100 anos de história
Ednaldo Rodrigues nasceu em Vitória da Conquista, na Bahia
Desde 1914, quando foi criada com o nome de CBD (Confederação Brasileira de Desportos), a CBF jamais tinha tido um presidente negro. Mas, agora, pelo menos provisoriamente, isso mudou. No cargo como presidente em exercício há três meses, Ednaldo Rodrigues, 66 anos, quebrou esse tabu. Por enquanto, ele ocupa o lugar de Rogério Caboclo, afastado por acusações de assédio sexual e moral.
Natural de Vitória da Conquista, na Bahia, Ednaldo é formado em contabilidade, com pós-graduação em Auditoria Financeira. Casado com Rita Galvão há 39 anos, tem quatro filhos e seis netos. De estilo discreto, ele defende a presença mais constante da imprensa no dia a dia da CBF e é bem relacionado com federações estaduais e clubes.
Ednaldo já faz parte de uma lista de 24 nomes que chegaram à presidência da CBF – a confederação passou a adotar a nova sigla em 1979 -, incluindo os que comandaram a entidade interinamente.
Logo ao assumir o posto máximo do futebol brasileiro, no final de agosto, disse qual seria a linha de sua gestão, ao ser questionado sobre as denúncias de assédio contra mulheres na CBF. “Qualquer tipo de violência tem de ser combatida, principalmente a violência contra a mulher, em todos os segmentos, seja no futebol, na indústria, no comércio, na imprensa.”
Em 2019, Ednaldo Rodrigues foi agraciado pela Assembleia Legislativa da Bahia com a Comenda Dois de Julho, concedida pelos respectivos parlamentares a quem muito contribuiu para elevar o nome do Estado, no caso, pelos serviços prestados ao futebol baiano.
“Diálogo é fundamental em qualquer setor da vida. Não abro mão disso. A crise por que passa o nosso futebol tem muito ver com a falta de entendimento, de harmonia entre seus pares. Soluções não se dão com bravatas, com acordos sem transparência”, disse Ednaldo ao Terra no dia em que foi escolhido pelos demais vices da CBF como substituto de Caboclo.