Ceará e Fortaleza se unem contra a violência no futebol
Lucas Drubscky, do Vozão, e Bruno Costa, do Fortaleza, deram entrevista juntos com pedidos de paz esporte após ônibus do Tricolor ser atacado
Rivalidade só em campo. Esse é o recado deixado por dois clubes "antagônicos" no futebol brasileiro. Ambos uniram seus executivos de futebol para repudiar o violento ataque realizado contra atletas do Fortaleza na última quarta-feira (22). Lucas Drubscky, executivo do Ceará, e Bruno Costa, do Fortaleza, deram entrevista juntos pedindo o fim da violência no esporte.
Na volta para o hotel, após o duelo contra o Sport pela Copa do Nordeste, o ônibus do Tricolor foi atacado com pedras e bombas, e seis atletas ficaram feridos: João Ricardo, Gonzalo Escobar, Dudu, Titi, Brítez e Lucas Sasha. O executivo de futebol do Fortaleza lamentou o ocorrido e pediu punições mais severas.
"É inimaginável que, em 2024, ainda tenhamos que passar por situações dessas. E a violência segue se ampliando. Antes eram ataques verbais, depois na arquibancada, aí passaram a ser pedras e garrafas, e agora uma bomba: até quando vamos esperar que uma tragédia aconteça no futebol para que façamos algo?", disse Costa, que completou:
"Falando de forma muito direta, porque acho que o momento se faz necessário, garanto que falta muito pouco até que alguém morra em ataques como esse, para que enfim todos se movimentem para encontrar uma solução. É preciso pararmos e pensarmos juntos em como acabar com isso. Não deveria existir futebol dessa forma", acrescentou.
Unidos em prol da paz
Apesar de não ter ligação com o ataque, já que o embate aconteceu entre o time do Fortaleza e a torcida do Sport-PE, o executivo do Ceará Lucas Drubscky se juntou ao profissional do "clube rival" para reforçar seu posicionamento, mostrando que as equipes co-irmãs estão juntas nesse momento.
"É lamentável o que aconteceu com o Fortaleza, e que já aconteceu e poderia ter acontecido com qualquer outro clube no Brasil. Nossa rivalidade precisa ficar dentro de campo, e ser tratada profissionalmente. O futebol é nossa paixão, sim, mas também é nosso trabalho. E sermos atacados no exercício de nossa função é um absurdo", afirmou
"Está na hora de entendermos que o futebol não é uma guerra, não é uma paixão sem limites e sem consequências. É preciso que algo seja feito rapidamente, ou teremos um desfecho trágico em breve. Existem enormes rivalidades entre clubes no futebol brasileiro, mas elas devem durar os 90 minutos de uma partida, em que você está em busca de uma meta profissional, não de destruir alguém. Você é capaz de amar alguém que torce para um rival do seu time, então por que atacar quem tem isso como profissão?", completou.
Fortaleza e Ceará só duelam em campo nesta temporada em uma possível decisão no Cearense ou uma partida pela segunda fase da Copa do Nordeste. Caso isso aconteça, o torcedor pode esperar uma ação conjunta dos clubes, que garantem não estarem unidos apenas por seu Estado, mas também por uma causa em comum: o fim da violência no futebol.
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