Albergues de Porto Alegre têm ocupação máxima para Copa
Hostels são alternativa mais barata de hospedagem para quem chega à capital gaúcha para o Mundial. Alguns estabelecimentos tiveram reajuste nos preços para o mês do evento
Desde o anúncio de que Porto Alegre seria uma das 12 cidades-sede para a Copa do Mundo de 2014, os gaúchos têm se preparado para receber os visitantes de diversas maneiras. Obras nas ruas, cursos de qualificação e reformas em hotéis estão na lista de prioridades.
Uma novidade recente - pelo menos no Rio Grande do Sul - promete reunir um grande número de turistas: a instalação de albergues, chamados de hostels pelos viajantes. Pela expectativa dos proprietários, o período do mundial levará as hospedagens à capacidade máxima - em contraste com muitos hotéis que tiveram reservas canceladas nas últimas semanas.
O termo hostel vem do inglês e significa albergue. A ideia da hospedagem é ser uma espécie de pousada descolada. Não há o luxo nem a privacidade de um hotel: o hóspede reserva uma cama em um dos quartos compartilhados. O banheiro é geralmente dividido entre os turistas. Alguns locais ainda contam com quartos privativos.
Para a Copa do Mundo, Porto Alegre conta com sete hostels, conforme o Sindicato de Hotéis Restaurantes Bares e Similares (SindPoa). Segundo Caroline Klein da Silva, sócia-proprietária do Hostel Porto do Sol, até início de maio havia uma taxa de 70% de reservas para o período da Copa do Mundo. “Estimo que nós tenhamos 10 dias com 100% de ocupação”, afirma.
Para receber os turistas, o Hostel Porto do Sol fez reformas nos quartos. “Também vamos fazer algumas surpresas para os visitantes”, afirma Caroline.
Um dos albergues mais famosos entre os jovens da capital gaúcha, o Casa Azul, espera acomodar turistas de diferentes nacionalidades. Daniel Pereira, um dos sócios-proprietários, diz que eles estão acostumados a receber turistas latino-americanos, mas para o período de Copa hospedarão holandeses, australianos e franceses.
O local funciona como um pub aberto ao público à noite, e Daniel salienta que muitas pessoas vão ao local para conhecer estrangeiros. “Estamos pensando em fazer uma programação diferenciada para os dias de disputa, além de colocar televisões para o pessoal assistir aos jogos”, conta o sócio do hostel.
O Porto Alegre Hostel Boutique destaca-se pela alta capacitação para receber os estrangeiros. Ao longo do ano passado, o local acomodou 360 deles. Por isso, todos os recepcionistas falam inglês e espanhol, e alguns, alemão e francês. Além disso, eles sempre ajudam os turistas quando ficam no local.
De acordo com Carlos Augusto Lacerda, sócio-proprietário, bares e baladas localizados no Bairro Moinhos de Vento e Cidade Baixa são sempre sugestões para quem busca diversão. Quanto aos valores, foi aplicado um reajuste para o mês de julho e para os dias de jogos. “Nosso valor normalmente é de R$ 55. Em julho será R$ 70 e nos dias de jogos, R$ 90”, conta Carlos.
Até pouco tempo, os albergues não eram muito comuns no Brasil. O hábito veio principalmente da Europa: por lá, os mochileiros tendem a se hospedar nessas instalações por causa dos preços baixos e pela vontade de conhecer gente de diversos países. Hoje em dia, os brasileiros têm aderido à ideia.
Há sites específicos para reservas no mundo todo, e tudo funciona por lá: seleção de tipo de quarto e pagamento.
O Ministério do Turismo estima que Porto Alegre receba mais de 260 mil visitantes durante o mês do evento. Muitas obras e projetos aguardados para o mundial não foram concluídos, mas, se depender dos hostels, não vai faltar socialização entre os brasileiros e turistas.
Material produzido sob a supervisão da professora Anelise Zanoni