Após reunião com Blatter, Platini se esquiva por vantagem para França
Anunciada na última terça-feira, a divisão dos potes para o sorteio final da Copa do Mundo de 2014 evidenciou a adoção de critério diferente que levou benefícios diretos à França. Presidente da Uefa, membro do Comitê Executivo da Fifa e potencial candidato à sucessão de Joseph Blatter em 2015, Michel Platini abordou o tema com discrição nesta quarta-feira, na Costa do Sauípe.
"Sou francês e não poderei opinar sobre esse assunto", disse Platini depois de reunião do Comitê Executivo da Fifa nesta tarde. De acordo com ele, o assunto não dominou o encontro dos dirigentes da entidade. "Isso foi tratado rapidamente, por três minutos", acrescentou.
Questionado sobre as possibilidades de concorrer à Fifa em 2015 - Jérome Valcke, secretário geral da entidade, é outro possível candidato -, Platini foi misterioso e novamente breve. "Vocês saberão sobre isso após a Copa do Mundo", disse aos jornalistas após a reunião.
A decisão que beneficiou diretamente a França foi a realização de um sorteio extra entre nove seleções europeias que compõem o Pote 4. Assim, a entidade irá determinar a mudança de uma delas para o Pote 2, com times em teoria mais fracos (cinco africanos, Chile e Equador).
Caso a Fifa optasse por utilizar seu ranking como base, como na definição dos cabeças de chave, os franceses automaticamente migrariam para o Pote 2 e teriam chave, em tese, mais dura. Graças ao anúncio de terça, a chance de a França deixar o Pote 4 é de um para nove, praticamente remota. O tema deixou Joseph Blatter bastante irritado na terça.
Presente à eliminação do Brasil na Copa do Mundo de 1986, Michel Platini ainda não mediu as apostas para o próximo Mundial. "Na minha opinião, o Brasil joga em casa, é o único favorito. A Argentina tem um bom time, mas o Brasil é favorito", respondeu.