Brasil usa data Fifa final para jogo mais desnivelado do dia
No confronto mais desequilibrado desta data-Fifa, Seleção joga contra país fora da Copa e de uma continente contra quem tem retrospecto avassalador
Se depender do retrospecto da Seleção Brasileira diante de países africanos, o amistoso desta quarta-feira contra a África do Sul pouco significará em desafio para o time campeão da Copa das Confederações. A 99 dias da estreia na Copa do Mundo, o Brasil utilizará sua última data Fifa antes da convocação final para um confronto contra uma seleção de um continente que nunca deu trabalho.
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Ao todo a Seleção tem 31 vitórias em 32 jogos contra africanos com o seu time principal e nada indica que o país anfitrião pode mudar este curso: os sul-africanos são os atuais 64º colocados do ranking da Fifa e passaram longe de garantirem vaga na Copa do Mundo. O único revés brasileiro na história ocorreu na Copa das Confederações de 2003, para Camarões, por 1 a 0.
A disparidade faz do confronto desta quarta-feira no Soccer City, em Johannesburgo, o mais desequilibrado da última data-Fifa antes da convocação oficial das seleções para o Mundial. Enquanto seleções favoritas se enfrentam (Espanha x Itália e França x Holanda), o Brasil terá pela frente uma seleção que deve exigir menos.
Internamente, a avaliação é de que o Brasil mostrou estar preparado a grandes desafios na Copa das Confederações, quando venceu Itália, Espanha e Uruguai. Ainda no primeiro semestre, o Brasil se testou contra Inglaterra (2 vezes), França e mais uma vez Itália. No segundo semestre, o maior desafio foi diante de Portugal, em setembro.
Segundo Felipão, o duelo contra a África do Sul serve, entre outros motivos, como preparação para enfrentar Camarões, um dos adversários do Brasil na primeira fase da Copa e que tem estilo de jogo parecido - a preparação brasileira será encerrada com amistosos diante de Panamá e Sérvia, de escolas parecida de México e Croácia. Mas o mais importante é o time manter a sequência de 12 vitórias em 13 jogos.
"O foco principal é que a gente mantenha o que foi conseguido na Copa das Confederações. O estilo, o sistema... E que passe a ideia e para o mundo todo sobre isso. E tenho uma observação especial. Provavelmente até para definições em diversos setores. Serve muito mais como isso do que para qualquer coisa, que tivéssemos o ambiente recriado para o Mundial com algumas coisinhas a mais", explicou o treinador.
A África do Sul disputou a última Copa do Mundo como país sede, mas pouco aproveitou a oportunidade para evoluir no futebol. Na segunda-feira, a federação sul-africana organizou uma entrevista com seu ex-técnico e agora coordenador técnico do Brasil, Carlos Alberto Parreira, na qual as principais questões foram relativas aos problemas do futebol no país.
Parreira, que trabalhou por um longo período na África do Sul, insistiu que o principal a ser feito é melhorar a infraestrutura do futebol no país: “não adianta só ter quatro ou cinco jogadores bons”.
A realização do jogo em Johannesburgo atende a um apelo sul-africano de juntar a última e a atual sede de uma Copa do Mundo. O presidente da federação sul-africana, Danny Jordaan, enumerou cinco motivos para celebrar o jogo, entre eles uma homenagem a Nelson Mandela pela comemoração dos 20 anos do fim do apartheid.
Será uma oportunidade também para encher o Soccer City, estádio construído para a Copa do Mundo de 2010 que luta contra a fama de elefante-branco. No último ano o estádio recebeu um amistoso contra a Espanha e mesmo assim não lotou. Cerca de 60 dos 90 mil colocados à venda foram vendidos até o momento.
Esperança
Após uma Eliminatória frustrante, a África do Sul ao menos dá sinais de melhoras nos últimos jogos. Em 2014 o país contabiliza uma vitória contra Moçambique, empate contra Mali e derrota para Nigéria. Mas o resultado mais comemorado é a vitória por 1 a 0 sobre a Espanha no final de 2013. Vale lembrar que o time ofereceu resistência e perdeu de 1 a 0 para o Brasil no Morumbi em 2012.
Segundo Felipão, Parreira alertou sobre um detalhe que pode aumentar a dificuldade para o Brasil: "Quando eles jogam sem a responsabilidade de uma competição, mais soltos, oferecem mais perigo". É a avaliação feita para a dificuldade do Brasil em vencer no Morumbi e pela derrota da Espanha.
País | Retrospecto |
África do Sul | Quatro vitórias em quatro jogos |
Argélia | Quatro vitórias em quatro jogos |
Camarões | Três vitórias e uma derrota |
Costa do Marfim | Uma vitória em um jogo |
Egito | Seis vitórias em seis jogos |
Gabão | Uma vitória em um jogo |
Gana | Quatro vitorias em quatro jogos |
Marrocos | Duas vitórias em dois jogos |
Nigéria | Uma vitória em um jogo |
Tanzânia | Uma vitória em um jogo |
Tunísia | Uma vitória em um jogo |
Zaire | Uma vitória em um jogo |
Zâmbia | Uma vitória em um jogo |
Zimbábue | Uma vitória em um jogo |