Construtora quer mais R$ 70 mi para finalizar Arena Pantanal
Vistoria feita no estádio construído para a Copa do Mundo no Mato Grosso aponta infiltrações, goteiras e teto caindo
A construtora Mendes Júnior, responsável pela obra da Arena Pantanal, em Cuiabá (MT), solicitou R$ 70 milhões ao Governo do Estado de Mato Grosso para concluir o quinto empreendimento mais caro da Copa do Mundo da Fifa, orçado em R$ 650 milhões, e que agora está parcialmente interditado, com problemas de infiltração e goteiras.
Outro problema que motivou a parcial interdição da arena são pedaços de forro que podem cair na cabeça das pessoas. Há ainda risco de ocorrer um curto circuito em dias de jogos, podendo causar tumulto e confusão. Os R$ 70 milhões, que a empresa afirma ter selado com a gestão anterior, seriam oriundos de recursos dos governos estadual e federal.
O secretário Gustavo Oliveira, do Gabinete de Gestão Estratégica, disse em entrevista coletiva à imprensa, na tarde desta quinta-feira, que o valor só será pago à construtora após auditoria. Disse ainda que a obra não está conclusa e somente depois desta auditoria será possível negociar o possível pagamento sobressalente e um cronograma de entrega final do estádio, que deveria ter sido entregue na Copa.
O Consórcio CLE, que associa Engenharia Montagens e Automação Ltda. (ETEL) e Canal Livre Comércio, responsáveis pela rede elétrica e de automação, também não finalizou os trabalhos, mas assegurou ao secretário Oliveira que vão operar nos próximos jogos. Nem mesmo a Kango terminou de colocar os assentos esportivos.
Se os problemas forem solucionados a tempo, a Arena Pantanal deve sediar a abertura do campeonato mato-grossense, dia 1º de fevereiro, conforme adiantou o secretário, que fez um tour pela Arena com a imprensa.
“Quando nós assumimos o governo, a auditoria geral do Estado apresentou um relatório com diversos problemas na Arena Pantanal. Estivemos aqui no dia 3 de janeiro, fizemos uma primeira inspeção, corrigidos alguns desses problemas e acreditávamos que o estádio já estava pronto para receber os jogos. Aí aconteceram algumas chuvas severas que trouxeram alguns problemas, principalmente de inundação e de goteira”, detalhou o secretário.
Nesta quarta-feira, a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros, a pedido do Governo do Estado, vistoriaram a arena novamente, para estabelecer, além desses pontos apontados pela auditoria e outros que apareceram ao longo do tempo, quais seriam as exigências para que o estádio pudesse sediar a abertura do campeonato estadual, sem riscos aos usuários.
A Federação Mato-grossense de Futebol está ciente da situação e, conforme o secretário, tem se empenhado em ajudar. Segundo ele, a Federação indicou equipe técnica especializada para fazer a recuperação do gramado, que também não está em boas condições.
“No dia 3 de janeiro, era impossível a realização do campeonato na arena, mas hoje acredito que é muito mais possível de acontecer”, destaca o secretário. Se não passasse por esses reparos, segundo ele, o espaço não estaria pronto principalmente para receber grandes jogos.
Os reparos serão pagos pelo governo, a federação e alguns fornecedores que estão sendo chamados para assumir essa urgência.
Conforme o Governo, a Mendes Júnior não está se furtando a resolver os problemas de qualidade e de construção. “Mas existem problemas de projeto, que não são dela, e que precisam ser resolvidos. Como a drenagem de água no subsolo. Precisamos de solução para isso”, destaca o secretário de Gestão Estratégica.
Sobre a concessão da Arena, ele avisa que só pode falar nisso quando a obra estiver pronta e acabada.
Sobre a punição dos responsáveis pelos problemas no estádio, um dos mais caros da Copa, o secretário garantiu, que uma vez identificados, todos vão responder pelas falhas. A vistoria confirma que a Arena não tem problemas estruturais graves, que possam levar a um desabamento.