Copa no Brasil está perto de superar número de gols de 1998
A Copa do Mundo no Brasil pode superar e muito o número de gols da Copa na França, em 1998, primeira edição com 32 seleções. Mantendo a média atual de 2,75 gols por jogo,seria possível facilmente ultrapassar os 171 gols marcados na edição francesa. “Isso se deve ao momento do futebol. Muitos são muito bons e há atacantes de muita qualidade”, disse o ex-técnico francês Gerard Houllier, do Comitê de Estudos Técnicos da Fifa. E dos seis times que mais fizeram gols até o momento na Copa, todos estão nas quartas de final: Holanda (12), Colombia (11), França (10), Alemanha (9), Brasil (8) e Argentina (7). Costa Rica e Bélgica vem logo atrás com seis gols.
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Os números apresentados por Houllier nesta quarta-feira chamam a atenção por outros fatores. "No total de gols da Copa do Mundo 21% saíram de jogadores ensaidas e 29 dos 154 gols foram feitos por jogadores reservas. Um percentual bem acima dos 10% em média dos últimos mundiais”, disse.
Conversando com técnicos que estiveram participando desta Copa, Houllier destaca que a velocidade das partidas é algo que marca a diferença do futebol jogado no Brasil ao praticado na Copa de 2010. “Além do ritmo mais acelerado, os times têm deixado de jogar com três zagueiros para jogar com dois zagueiros e dois atacantes”, afirmou. “Sem falar na quantidade de jogos resolvidos ou na prorrogação ou nos últimos cinco minutos.”
Outro membro do comitê, o nigeriano Synday Oliseh, falou das condições climáticas do Brasil. “Todos falavam que o calor seria insuportável e o que se viu foram seleções bem mais preparadas fisicamente”. Houllier disse ainda que a demanda física aumentou muito e o que se vê no Brasil são jogadores cada mais vez preparados no detalhe. Para Oliseh isso faz a diferença na hora de se encarar uma prorrogação. “Se alguém pensou que nas oitavas de final os times iriam se fechar mais, se enganou. Aconteceu o contrário”, disse, elogiando México, Holanda, Bélgica e Estados Unidos. “O futebol ofensivo vem do trabalho de base”, disse.
Oliseh ressaltou ainda o jogo de equipes das seleções. “As equipes estão jogando mais como equipes e menos dependentes de um ou outro jogador. Veja o caso da Costa Rica, que perdeu um jogador contra a Grécia e três atletas foram ao técnico saber o que iam fazer”, lembrou. “E quando perdem você vê os jogadores chorando e se entende que, vir a um mundial e não ganhar, é como ir à escola e não se formar. Para muitos é como ir à guerra por seu país. É uma dedicação", completou.
Sobre o relativo sucesso dos sul-americanos (chegou-se a falar em uma Copa América), Houllier brincou. “Talvez os sul-americanos tenham vindo com mais vontade, mordendo mais”, disse, arrancando gargalhadas dos jornalistas. “Lamento pelo que aconteceu com Suárez, porque com ele Uruguai ganhou dois jogos e sem ele perdeu os dois. Veja o que um erro pode ocasionar”, lamentou.
O francês falou também da ótima fase dos goleiros nesse Mundial, citando os goleiros de Brasil, México e Costa Rica principalmente. “Foi a posição que mais evoluiu nos últimos anos”, disse, citando o treinador de goleiro da Holanda, Frans Hoek.