Dilma: "nem na ditadura nós confundimos Copa com política"
Presidente acusa grupos de oposição de usar manifestações contra a Copa do Mundo para atacar o seu governo
A presidente Dilma Rousseff acusou nesta sexta-feira grupos opositores ao seu governo de usar os protestos contra a Copa do Mundo para fomentar críticas de cunho político-eleitoral. Segundo Dilma, a campanha contra a realização do torneio no Brasil tem como objetivo atingir o próprio governo.
“Estamos enfrentando uma campanha sistemática contra a Copa do Mundo. Ela de fato não é contra a Copa do Mundo, é uma campanha sistemática contra nós. Nem na ditadura nós confundimos Copa com política. Eu me lembro que eu estava presa, torturada, e ninguém torceu contra o Brasil”, discursou a presidente, durante encontro estadual do PT no Rio Grande do Sul.
Dilma afirma que o discurso contra a Copa não é o mesmo dos protestos de junho do ano passado. “Essa campanha está sendo feita bem antes das manifestações de junho. Nós fizemos um levantamento, e descobrimos várias linhas de intervenção anti-Copa. Primeiro, (disseram que) não vai ter estádio. A data é de uma grande revista do dia 21 de maio de 2011”, citou Dilma, referindo-se a uma edição da revista Veja questionando o andamento das obras nos estádios das cidades-sede da Copa.
Segundo Dilma, outro ataque focou no argumento de que o dinheiro empregado na Copa seria melhor aplicado na educação do País. “Gente, 10 dias do mês (dos gastos com a educação) dá (os custos dos) 12 estádios. E aí tem uma deliberada má informação. O dinheiro da educação é orçamento da União. E o dinheiro dos estádios é dinheiro de banco. E está pra nascer o banco que não cobra. Eu ainda não conheci nenhum que não cobre rigorosamente as suas dívidas, com as suas taxas de juros”, ironizou.
Dilma também rebateu as projeções de que o Brasil corre risco de sofrer um apagão energético durante a realização do evento. “Não há a menor possibilidade de haver racionamento de energia, não é na Copa não... é agora. E o presidente Lula é testemunha. Nós viemos enfrentando isso em 2006, falaram que ia ter racionamento. Em 2007, em 2008, em 2009, em 2011, em 2012, e agora, mais uma vez falam isso. Mas é interessante notar que onde está acontecendo racionamento - de água - ninguém fala”, atacou Dilma, referindo-se a São Paulo, Estado governado pelo tucano Geraldo Alckmin.
Por fim, a presidente questionou as críticas feitas aos investimentos feitos na infraestrutura do País para receber o evento. “Nada do que nós fizemos foi feito para a Copa. Aeroporto não foi feito pra Copa, foi feito para atender a imensa demanda do nosso país, esse país que reduziu a desigualdade e que hoje faz com que as pessoas possam andar de avião. Nenhum visitante, quando for embora, vai levar na bagagem aeroporto, BRT. Tudo isso é legado para o povo brasileiro, e não pra Copa. E é tudo padrão brasileiro, e não Fifa”, discursou.