Documentário sobre título da Alemanha no Brasil é criticado
Um documentário sobre os bastidores da conquista do título da Copa do Mundo de 2014, disputada no Brasil, pela Alemanha, atraiu milhares de pessoas em seu fim de semana de estreia na Alemanha, apesar de críticas ruins.
Críticos atacaram "Die Mannschaft" (O Time) como uma produção melosa, com viés corporativo e de relações públicas, bem distante de um filme mais crítico feito pelo cineasta independente Soenke Wortmann sobre a Copa do Mundo de 2006, sediada pela Alemanha.
Mas a crítica negativa não impediu que 420 mil pessoas lotassem salas de cinema, segundo a distribuidora Constantin, para ver o atacante Thomas Müller usando um vestido bávaro típico cor-de-rosa enquanto servia os colegas de equipe para pagar uma aposta, e seu colega Lukas Podolski jogando um repórter na piscina.
O filme de 85 minutos, que estreou na sexta-feira em 600 das 2 mil salas de cinema da Alemanha, inclui alguns dos momentos mais importantes das seis vitórias e um empate que levaram a seleção do país a conquistar o Mundial após a vitória por 1 a 0 sobre a Argentina na final.
Mas também traz algumas cenas tediosas, como a do técnico Joachim Löw caminhando na praia ou os jogadores mexendo em seus telefones celulares enquanto deitados na beira da piscina ou esperando em saguões de aeroportos.
"É raso, banal e não nos conta nada que já não saibamos", escreveu Fabian Scheler no semanário nacional Die Zeit. "Não é nada mais que 90 minutos de autocongratulação sem senso crítico."
"Não há nada neste filme - a não ser que você esteja interessado em saber o que Phillip Lahm comeu no café da manhã depois da final ou como Mario Götze joga tênis de mesa", escreveu o crítico do Spiegel Online Peter Ahrens. "O que você vê de novo e de novo são os jogadores olhando para seus smartphones."
A federação de futebol alemã fez o filme na expectativa de que ele repetisse o sucesso do documentário feito por Wortmann em 2006 "Deutschland: ein Sommermaerchen" (Alemanha: um Verão de Conto de Fadas), que levou 4 milhões de pessoas aos cinemas alemães.
Mas o filme do Mundial disputado na Alemanha, em 2006, que também mostrou a atmosfera de festa que rodeou o torneio, embora os anfitriões tenham ficado apenas com a terceira posição, teve um fim de semana de estreia bem melhor sucedido, com mais de 1 milhão de ingressos vendidos.
Wortmann mostrou um momento do atacante Miroslav Klose - que no Mundial deste ano tornou-se o maior artilheiro da história das Copas - se incomodando com uma cabeleireira de Munique que não sabia quem ele era, e o então técnico da equipe, Juergen Klinsmann, furioso por ter sido massacrado por um assistente no tênis de mesa.