Técnicos uruguaios explicam queda de rendimento do Uruguai
Quarta colocada do último Mundial e atual campeão da Copa América, a seleção uruguaia começa a ser cobrada pelo baixo rendimento durante as Eliminatórias Sul-Americanas. Nesta sexta-feira, às 21h (horário de Brasília), fora de casa, contra a líder e mais badalada Argentina, a equipe celeste, que colecionou resultados adversos nas últimas rodadas, tem uma ótima chance para reviver a bravura e a garra dos grandes feitos da atual geração.
O momento confuso tirou o Uruguai do topo da tabela e o colocou na quarta posição, dando margem as primeiras dúvidas sobre como a seleção chegaria em 2014. Dois técnicos uruguaios, que falaram sobre a questão.
"Temos grandes jogadores, mas já com uma certa idade. A renovação desse elenco é um problema, mas a primeira preocupação é chegar ao Mundial com um time competitivo", indicou Darío Pereyra, que também comandou o São Paulo nos anos 90.
Para Darío, ficar fora do Mundial de 2014 seria uma tragédia."Por razões históricas e geográficas, uma Copa no Brasil é diferente para o povo uruguaio. A Alemanha e a África do Sul são países caros. Não dava para organizar viagens. Por ser uma Copa no país vizinho, a animação é maior", aponta.
Mesmo apostando na força do conjunto, o Uruguai manteve-se vivo nas competições com individualidades. Porém, Forlán, o grande nome da seleção, está longe do brilho que alcançou há dois anos, quando foi eleito o melhor do Mundial. Lugano, outro símbolo, sequer é relacionado para partidas do Paris Saint-Germain. E Suárez, esperança de gols, é taxado de "cai-cai" na Inglaterra.
"Como manter um rendimento alto e a regularidade se alguns jogadores não entram em campo há mais de dois meses", questionou Jorge Fossati, treinador da seleção uruguaia de 2004 a 2006.
Entrevista: Jorge Fossati (antecessor de Óscar Tabárez na seleção do Uruguai)
Quais motivos levaram a queda de rendimento da seleção uruguaia nas duas últimas rodadas?
JF: As Eliminatórias são os torneios mais longo do mundo. Existe um intervalo longo entre as partidas. Os jogadores podem estar num grande momento e no mês seguinte podem estar mal. A seleção atravessa uma dificuldade natural. É complicado ter apenas quatro dias para arrumar a casa.
Já é o momento de pensar numa nova geração?
JF: Sim. Como treinador, fico preocupado com a renovação do Uruguai. Espero que os novos talentos recebam o mesmo suporte que a atual geração teve.
E como foi esse suporte?
JF: Com a preparação adequada, com amistosos marcados e sobretudo com organização, fator que pesa muito.