Governo diz que teria agido se identificasse racismo em sorteio da Copa
Em um debate que envolve também representantes da Fifa e do Comitê Organizador Local (COL), o secretário-executivo do Ministério do Esporte, Luís Fernandes, disse que o Governo teria agido se tivesse identificado qualquer tipo de racismo na escolha dos apresentadores do sorteio das chaves do Mundial, na próxima sexta-feira, às 14h (de Brasília), na Costa do Sauípe.
Voz do Governo Federal na mesa organizada pela Fifa, Fernandes pediu a palavra depois de a chefe de mídia da entidade, Delia Fisher, responder a uma pergunta negando qualquer interferência no processo que definiu Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert como os protagonistas da festa de sexta. A notícia de que Camila Pitanga e Lázaro Ramos teriam sido rejeitados provocou polêmica nas redes sociais.
"O Governo não faz parte da organização do sorteio, mas o Brasil tem uma sociedade com característica de diversidade racial. O Governo tem expressado sempre que condena qualquer manifestação de racismo. Sempre conversamos com a Fifa isso. Sempre passamos uma mensagem muito forte. Se detectássemos qualquer coisa neste sentido, nos teríamos agido de alguma forma. E não identificamos", afirmou.
A GEO Eventos, braço da Globo na organização de eventos, negou qualquer influência racial na escolha e disse que muitos apresentadores foram cotados antes da definição de Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert para o papel. Camila Pitanga disse que nunca foi convidada e Fernanda Lima comunicou que seu nome já estava certo há seis meses.
O Ministério Público de São Paulo abriu inquérito para apurar um suposto veto da Fifa ao casal negro. A entidade nega que tenha qualquer influência na escolha dos nomes. "A Fifa está envolvida apenas em 35 minutos do evento, quando ocorre o sorteio das chaves. A organização do restante da festa não é nossa responsabilidade. Só esperamos que seja um ótimo show", afirmou a chefe de mídia.