Itália x Uruguai tem catimba, faltas e mordida de Suárez
O duelo na Arena das Dunas envolvia uma seleção sul-americana e uma europeia, mas elas poderiam ser confundidas com clubes da Copa Libertadores da América. Muita catimba, faltas, expulsão, agressões de ambos os lados e até uma mordida de Luis Suárez em Chiellini marcaram a vitória uruguaia por 1 a 0 sobre a Itália, nesta terça-feira, em Natal.
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Desde o início de jogo já era possível ver que o duelo não terminaria com os 22 jogadores em campo. Logo no início, o baixinho Verratti acertou uma "paulada" no gigante Cavani. Dois minutos depois, foi a vez de uma "guerrilha" da defesa italiana contra Suárez. Primeiro, Chiellini acertou a panturrilha do atacante do Liverpool, em seguida foi a vez de Barzagli fazer o mesmo, para revolta do banco uruguaio.
Assim se seguiu durante todo o primeiro tempo. O são-paulino Álvaro Pereira foi com o pé alto em cima de Verratti, e o juiz mandou o jogo seguir. Balotelli revidou de forma violenta com o joelho e a canela na nuca de Pereira. O lateral, que já havia dado um susto ao desacordar na partida da Inglaterra, quase desmaiou de novo no campo. O atacante italiano recebeu amarelo, o que causaria sua suspensão nas oitavas de final, caso a Itália avançasse.
O lance que colocou de vez a partida em clima de Libertadores, porém, aconteceu aos 32min do primeiro tempo. Balotelli ficou caído após choque com Godín. Os uruguaios não deram nem bola e seguiram a jogada, quase marcando um gol com Suárez e depois com Cavani, em duas belas defesas de Buffon.
Quando o lance parou, parecia que se iniciaria uma briga de colégio. Suárez foi provocado por jogadores no banco de reservas da Itália. O atacante chamou os rivais para briga, pedindo para eles entrarem de campo. Com o dedo em riste, ameaçava dois, três jogadores e teve que ser contido por Cavani. Do banco de reservas, Lugano, que está lesionado, ameaçou ir para cima do banco italiano e também teve de ser contido.
No intervalo, já era possível ver que o clima não era nada amistoso. Companheiros de Juventus, Cáceres e Bonucci saíram discutindo para o vestiário, por conta do lance com Balotelli. O polêmico atacante não voltou para segunda etapa, mas a catimba e o jogo faltoso permaneceu. Logo no começo da segunda etapa, Marchisio acertou um pisão em Arévalo Rios e foi expulso.
A Itália conseguiu controlar bem o jogo e acalmar um pouco a situação. Ao mesmo tempo, os três zagueiros italianos tentavam provocar Luis Suárez de todas as formas para causar a expulsão do principal atleta uruguaio. De um lado, um time que segurava o máximo possível a bola quando era parado para cobranças de falta. Do outro, uma equipe que no desespero tentava acelerar o jogo.
O lance que mostrou mais a tensão que estava a partida foi proporcionado por Suárez por volta dos 30min. O uruguaio, irritado com a marcação implacável de Chiellini, não teve dúvida e foi em direção ao ombro do zagueiro italiano e cravou os dentes. Experiente em catimba, se jogou no chão e fingiu que tinha sido uma trombada. O árbitro não entendeu o que aconteceu no lance e nada marcou, mesmo com Chiellini mostrando as marcas do dente do rival.
A pressão uruguaia acabou dando resultado com o gol de Godín de cabeça. O banco uruguaio foi às lágrimas. Os italianos ficaram desolados no banco de reservas. O que se viu então foi o desespero mudar de lado. Buffon largou o gol e virou um jogador de linha, atuando no meio-campo. Em uma cobrança de falta já nos acréscimos, ele foi para área e não conseguiu cabecear. Mesmo assim não saiu da área uruguaia, deixando a Itália sem goleiros.
No banco de reservas, apreensão de jogadores e dos técnicos Cesare Prandelli e Oscar Tabárez. Lugano rezava para os céus. Forlán mordia o colete que estava vestido. Ao apito final, a explosão uruguaia, correndo em direção aos torcedores em cena semelhante à vista nas quartas de final da Copa do Mundo de 2010, contra Gana. No banco italiano, sobrou desolação e choro de Balotelli e companhia. Vinte minutos após o fim da partida, jogadores e torcida uruguaia seguiam cantando e pulando como se fossem um só.