"Não perceber importância da Copa é visão pequena", diz Dilma
A presidente Dilma Rousseff afirmou que não perceber a importância da Copa do Mundo é ter "uma visão pequena do Brasil", ao comentar os protestos de rua de grupos contrários aos gastos para a realização do Mundial no Brasil.
"Poucos países do mundo tiveram atitudes com manifestações que nós tivemos; não fomos à repressão, ouvimos as vozes da rua e tomamos medidas", declarou, durante sua visita a Cuba.
Ela havia sido questionada se abordaria os protestos contra a Copa após uma manifestação ter acabado em pancadaria e depredação no último sábado, em São Paulo.
Na ocasião, um jovem levou três tiros, disparados por policiais militares. A presidente negou a informação veiculada na imprensa de que realizaria uma reunião de emergência para tratar do assunto ou de que retornaria ao Brasil da reunião da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos) em Cuba.
Gastos
Uma das maiores críticas dos grupos envolvidos nos protestos se refere aos gastos públicos relacionados à construção de estádios.
Dilma disse que, embora tenham sido realizadas despesas com a construção de 12 estádios – segundo ela, um número dentro da média mundial –, estão sendo gastos cerca de R$ 143 bilhões em transporte e infraestrutura.
De acordo com ela, as estruturas construídas a partir desses investimentos permanecerão beneficiando a população mesmo depois do fim do Mundial. Ela mencionou ainda a lei que direciona royalties do petróleo para a educação e o programa Mais Médicos.
A presidente também sinalizou para a importância do futebol para o povo. "Nós ganhamos cinco Mundiais. Temos dois técnicos campeões."
"É uma visão pequena do Brasil, muito pequena do Brasil não perceber a importância que a Copa do Mundo tem para o povo brasileiro e para o país. A Copa é um dos eventos culturais mais importantes do nosso país, mobiliza todas as classes e está nos nossos corações" disse.
Ela disse querer uma Copa do Mundo temática que simbolize a paz, o combate ao racismo e a consolidação do futebol feminino.