RS: fábrica de bandeiras trabalha dobrado para atender Copa
Empresa de Canoas, na Grande Porto Alegre, já produziu cerca de 1,2 mil exemplares para o mundial
É difícil imaginar uma partida de futebol sem uma bandeira tremulando pelas ruas ou arquibancadas. De tecido, plástico ou papel, ela ajuda a apoiar o time, a preencher de colorido os estádios. Para preparar-se ao Mundial e dar conta da demanda, uma empresa gaúcha responsável por grande parte das bandeiras de tecido que circularão por Porto Alegre precisou trabalhar dobrado nos últimos meses.
Localizada em Canoas, a cerca de 20 quilômetros da Capital, a Casa das Bandeiras já produziu cerca de 1,2 mil exemplares somente para a Copa do Mundo. Para isso, tanto a produção como a administração fazem grande esforço para dar conta da demanda.
Durante um mês, a maioria das peças que circularem pela cidade-sede e forem assinadas pela empresa terão como característica o tecido diferenciado. De acordo com o gerente Vinícius Pereira, foi escolhido o nylon paraquedas como matéria-prima, o que confere maleabilidade, principalmente durante as sacudidas das bandeiras ao vento. O produto já vem em cores específicas e não pode receber tinta.
“Vale mais a pena usá-lo porque é mais barato e muito mais resistente do que outros tecidos”, justifica.
Outro detalhe importante na confecção é a arte da bandeira. Dependendo do cliente, cores e brasão são enviados para o gerente, que os passa para a produção. Há duas formas diferentes de fazer o brasão: de forma digital ou artesanal.
Na primeira, é usada uma impressora digital que o cola no tecido, como em uma prensa, chegando a temperaturas de mais de 250°C. Na segunda, com o nylon paraquedas, a arte é feita de maneira artesanal, a partir de cortes precisos e costuras que sobrepõem tecidos, formando a imagem.
Diariamente, os responsáveis pela produção confeccionam cerca de três bandeiras. “Parece fácil fazer uma, mas o trabalho que essa gente tem é muito grande. Temos que fazer intervalos durante a tarde para descansarmos, porque a demanda é grande”, conta Pereira.
A diferença entre as duas formas de produção fica evidente quando se analisa a durabilidade do produto final. As digitais, quando expostas frequentemente ao ar livre, têm vida útil de seis meses antes de começar a perder a cor e costura. A artesanal pode durar anos.
De geração em geração
Pereira herdou do pai a responsabilidade de coordenar a empresa. Ele supervisiona toda a produção e entra em contato com clientes que fazem pedidos personalizados. “Recebemos algumas demandas de fora. Certa vez, um Centro de Tradições Gaúchas (CTG) de Miami, Estados Unidos, nos fez um pedido. Encontramos um jeito de enviar os produtos para lá”, explica.
Mensalmente, a Casa das Bandeiras produz 500 bandeiras de todos os tipos por mês. Na época da tradicional Semana Farroupilha gaúcha e em grandes eventos internacionais como a Copa do Mundo, a produção sobre para mais de mil. “Esse é o nosso Natal”, afirma Pereira.
Material produzido sob a supervisão da professora Anelise Zanoni