SP: MTST faz protesto por moradia no terreno Copa do Povo
Integrantes e simpatizantes do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST) participaram na tarde desta quarta-feira de uma marcha em direção ao Secovi-SP, "o maior sindicato do mercado imobiliário da América Latina", segundo definição da própria entidade, em seu site.
De acordo com a Polícia Militar, ao menos 3.000 pessoas participaram do protesto, que começou em frente à estação Paraíso do metrô e seguiu por duas faixas da avenida 23 de Maio até chegar à rua Dr. Bacelar, na Vila Clementino, onde fica o Secovi-SP.
Os sem-teto protestam contra os modos como têm sido conduzida a revisão do Plano Diretor Estratégico da cidade de São Paulo e também contra a resistência dos vereadores na construção de moradias populares no terreno ocupado Copa do Povo, ao lado da Arena Corinthians, em Itaquera, na zona leste de São Paulo.
"O que está acontecendo em relação à Copa do Povo é que os vereadores estão sendo pressionados pelos financiadores de campanha", disse aos participantes a coordenadora estadual do MTST, Natalia Zermeta, antes do início do ato. "Nosso protesto é pacífico. Vamos mostrar para eles (Secovi) quem é o povo que eles estão fazendo os vereadores ficarem contra", continuou.
O MTST aceitou que a construção de moradias na Copa do Povo ficasse de fora do Plano Diretor, mas o movimento exige que um projeto de lei sobre o tema seja votado na Câmara Municipal de São Paulo no mesmo dia da votação do Plano Diretor, prevista para acontecer ainda neste mês.
Força Tática barra manifestantes
Os manifestantes chegaram ao Secovi-SP por volta das 16h, mas foram impedidos de chegar muito próximo à entrada do edifício devido à barreira formada por policiais da Força Tática, com armas de balas de borracha a postos.
A presença dos policiais gerou críticas por parte do movimento. "Nós viemos até aqui e, lamentavelmemte, fomos muito mal recebidos", disse a coordenadora Natália aos manifestantes. "Viemos aqui hoje para dar o nosso recado. Não sairemos das ruas enquanto não houver moradia. E esse número que está aqui só vai aumentar."
O major da PM Sergio Watanabe, coordenador da ação, disse que se trata de uma questão "preventiva". "É uma força de reserva, que não necessariamente seria suada, como não foi. Sempre tem um (manifestante) mais afoito, mais desavisado, que tenta afrontar o sistema. Não temos problema nenhum com manifestações pacíficas", disse.
Sobre as balas de borracha, Watanabe disse que não representam "agressão". "O pessoal fala da bala de borracha como se fosse uma agressão. É uma arma não letal. Machuca, sim, mas é uma defesa. Nós nunca atiramos a primeira pedra", concluiu.