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Copa da Rússia

África fica fora das oitavas de final da Copa pela 1ª vez

Todos as seleções africanas foram eliminadas na fase de grupos do Mundial da Rússia

29 jun 2018 - 10h13
(atualizado às 10h19)
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Nos anos 80, o futebol africano começou a despontar em Copas do Mundo, levando muita gente a acreditar que não tardaria para que seleções do continente surgissem como favoritas na maior competição do esporte. Mais de três décadas depois, a realidade é outra. Com a eliminação do Senegal, na quinta (28), a África pela primeira vez ficou fora das oitavas de final do Mundial – fase que passou a fazer parte da disputa em 1986.

Seleção de Senegal foi a última eliminada entre os africanos, que caíram na fase de grupos na Rússia
Seleção de Senegal foi a última eliminada entre os africanos, que caíram na fase de grupos na Rússia
Foto: Michael Steele / Getty Images

Naquele Mundial, no México, a seleção de Marrocos vendeu caro a derrota para a Alemanha por 1 a 0, na decisão de uma vaga às quartas de final. Antes, havia se classificado em primeiro lugar num grupo que reunia Inglaterra, Polônia e Portugal.

Um dos que apostavam na ascensão do futebol da África era o técnico Carlos Alberto Parreira. Para ele, o jeito despojado dos jogadores de lá, muito técnicos e com vigor físico apurado, logo renderia frutos.

Isso vinha se desenhando aos poucos. Em 1990, com o lendário Milla como destaque da equipe, Camarões deixou para trás Argentina, Romênia e União Soviética na primeira fase. Nas oitavas, superou a Colômbia e avançou até as quartas, quando só perdeu na prorrogação para a Inglaterra (2 a 2 no tempo normal e, depois, 0 x 1) num jogo histórico.

Em 1994, nos EUA, foi a vez da Nigéria fazer bonito, terminando a fase de grupos também na liderança – à frente de Bulgária, Argentina e Grécia. Mas, nas oitavas, teve de enfrentar a Itália – futura vice-campeã - e não resistiu (1 a 2). Com um futebol envolvente, a Nigéria repetiria o feito em 1998, na França, vencendo o grupo que contava com Paraguai, Espanha e Bulgária. Nas oitavas, jogou com a mais forte seleção dinamarquesa de todos os tempos e acabou derrotada por 4 a 1.

Já em 2002, na Coreia do Sul e Japão, os nigerianos deram a vez para os senegaleses, que, imponentes, eliminaram dois campeões mundiais logo de início – França e Uruguai. Na sequência, Senegal ganhou da Suécia nas oitavas e caiu na prorrogação ( 0 x 1) do jogo com a Turquia nas quartas. Por muito pouco, a África não alcançou ali um feito histórico – o de chegar pela primeira vez a uma semifinal de Mundial.

Na Alemanha, em 2006, Gana deu o ar da graça com vitórias sobre a República Checa e os Estados Unidos. Azar seu foi o adversário das oitavas – o Brasil, de Ronaldo e Adriano, que venceu o confronto por 3 a 0. Na Copa de 2010, na África do Sul, a seleção de Gana se impôs de novo, classificou-se para as oitavas, quando derrotou mais uma vez os Estados Unidos. Quis o destino, no entanto, que nas quartas de final o representante da África viesse a ser eliminado outra vez numa prorrogação. O algoz foi o Uruguai (1 a 1 no tempo normal e, depois, 1 a 3 nos 30 minutos adicionais).

No Brasil, em 2014, os africanos conseguiram o ineditismo de classificar duas seleções para as oitavas – Nigéria e Argélia, que perderam respectivamente para França e Alemanha.

Agora, na Rússia, além de Senegal, o sonho dos africanos de tentar ir mais à frente ficou pelo meio do caminho para Egito, Marrocos, Nigéria e Tunísia. O futebol técnico e a condição física privilegiada ainda não foram suficientes para levar o futebol do continente ao topo do mundo.

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Fonte: Silvio Alves Barsetti
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